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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

TESOURO DO SOMBRIO EM ILHA BELA


 

Para ver mais :

http://museunautico.blogspot.com.br/2012/10/marinha-e-o-tesouro-do-sombrio.html


O perfil do obstinado engenheiro:

Thiry passou quarenta anos de sua vida atrás do Tesouro da Trindade. No Saco do Sombrio teve dificuldades que somente quem conhece o local pode ter idéia. Depois de deixar o serviço público, passou a viver lá, isolado, só com o dinheiro da aposentadoria e com o que os dez filhos podiam eventualmente lhe mandar. O engenheiro ficava meses longe da família, abrigado num casebre de um só cômodo. Embora reservado, tinha amigos entre os ilhéus, em especial aqueles que davam importância aos aspectos científicos de sua pesquisa. Bem ou mal, tocou seu projeto, enquanto teve saúde, graças à ajuda desinteressada de quem via nele alguém de muito valor, um cientista formidável, encantador.

O amigo Décio Dias conseguiu que a Prefeitura de Ilhabela o acomodasse na escola do lugar, que tinha cozinha com fogão à lenha e um quarto, onde Thiry dormia numa cama de campanha e trabalhava sobre uma mesa rústica. Utilizava as paredes para pendurar seus instrumentos, esquadro e régua de cálculo. Osmar Soalheiro levava, mensalmente, o “rancho” com itens básicos de alimentação, além de fumo de rolo para o seu inseparável cigarro de palha. Baixinho, franzino, sob os óculos de hastes precariamente coladas, tinha as mãos maculadas pelo amarelo da nicotina e a cabeça voltada para sua árdua tarefa de decifrar o enigma. Thiry ficava no campo pela manhã e no resto do dia se debruçava no mapa com vários papéis e seus cálculos. Às vezes contratava os moradores do local: Pedro Inácio, Pedro Silvério, Elias Posidônio. O pessoal lá não se ligava muito nele porque achavam que ele era louco. Diziam: - Esse homem é louco! Fica procurando tesouro, vai morrer aí e não vai achar nada.



Thiry, por ele mesmo

“Contar a história... Contei tantas vezes que já estou cansado. Além disso, é preciso conhecer muito bem matemática para entender alguma coisa. Dizem que sou louco porque não entendem coisa alguma”. “É difícil entender bem. Mas não é mistério algum: é só uma questão de saber decifrar os signos”. “Vou publicar meu trabalho em livro, ainda este ano. (...) Meu livro revelará muita coisa, da história e da arqueologia. Por isso, não estou interessado em falar sobre ele. São mais de 20 anos de pesquisa que não vou revelar em 2 ou 3 horas. Já estamos chegando ao fim: mais um pouco e vou embora para o Rio, para junto de minha família”. “Mas o que me importa de fato é reconstituir a veracidade histórica. O dinheiro é secundário”.

“Estou convencido de que foi uma única pessoa. Era sem dúvida um cientista, um conhecedor de alta matemática. Isso tudo está ligado ao tesouro do Conde de Monte Cristo. Alexandre Dumas não fez ficção, baseou-se na História” (Referindo-se a quem fez o roteiro e o mapa).





O Sombrio e o Mapa


O Sombrio e o Mapa

O sonho, como dizia Lennon, não acabou. Hoje, como antes, o Saco do Sombrio é uma enseada de águas verdejantes e calmas que fica na Baía de Castelhanos, a sudeste de Ilhabela. Tendo a travessia do canal de São Sebastião como referência, segue-se para o lado norte da ilha, passando pelas Praias de Indaiá, Prainha, Barreiros, Viana, Siriuba, Garapocaia, Ponta Azeda, do Pinto, Armação, Ponta das Canas até Jabaquara, o último lugar habitado a que se chega por terra. Dali em diante, são lugarejos de pescadores só atingíveis pelo mar. O lugar onde Paul Thiry sempre acreditou estar o Tesouro da Trindade é repleto de rochedos cobertos por limo e cabanas de pau-a- pique cobertas por folhas de palmeira. Lá um breve passeio já revela o quanto é sacrificante circular por ali com a missão quase impossível de encontrar a caverna do tesouro. Há que se enfrentar mata cerrada, piso por vezes barrento e escorregadio, arbustos espinhentos e um sobe-desce de morros de até 100 metros de altitude, até atingir o ponto mais próximo das escavações, em cima dos rochedos do costão, próximo à Ponta de Piraçununga. Dali se avista a Ponta da Pirabura e da Navalha, e onde os “Indiana Jones” de plantão têm, obrigatoriamente, de ficar pendurados sobre o mar, em cordas e cintas, a 30 metros de altura para poder chegar aonde se concentram os vestígios descobertos por Thiry.

 Paul Thiry

Qual terá sido a origem do tesouro?
O mapa foi descoberto na Índia, em 1852; e o roteiro no Paraná, em 1888. Depois, o jornal “A Noite” reuniu os dois e publicou-os, em 1939. Foi quando li e me interessei pelo assunto. Mas o que me importa, de fato, é reconstituir a veracidade histórica. O dinheiro é secundário. Tenho três hipóteses sobre a origem do tesouro: a primeira é que os espanhóis, antes de entregarem o Peru às tropas do general San Martin, na época da independência, em 1822, retiraram de lá valores pessoais e alfaias das igrejas. Fugiram num navio que deve ter sido perseguido por piratas ou caído nas mãos deles. Os piratas mataram os passageiros e rumaram com o navio por uma rota desconhecida. Há notícias de que esse navio teria passado pela baía de Mambucaba, no Rio de Janeiro, chegando depois até a ilha de São Sebastião. E aqui os piratas teriam escondido o seu saque. 

Foram Localizdos 82 Marcos
E a segunda hipótese?
É a de que o tesouro estava sob a proteção de uma organização secreta de piratas, que funcionava como uma espécie de banco, guardando valores em lugares seguros. Ilhabela era, naquela época, um centro de contrabando, tanto de valores como de escravos. Já a terceira hipótese é a de que o tesouro seria o túmulo de algum rei maia ou inca, por causa do triângulo planimétrico (com duas dimensões: largura e comprimento) muito conhecido desses povos

E quem teria feito o roteiro e o mapa?
Estou convencido de que foi uma única pessoa. Era sem dúvida um cientista, um conhecedor de alta matemática. Isso tudo está ligado ao tesouro de Monte Cristo. Alexandre Dumas não fez ficção, baseou-se em fatos históricos. Quando pesquisou os presídios da França, soube do abade Faria, e de um tesouro que teria pertencido aos espanhóis fugidos do Peru.
Nesse caso, sua primeira hipótese, do tesouro ter sido dos espanhóis vindos do Peru, é a mais provável?
Pode ser. Pode ser também que esse roteiro e esse mapa estejam ligados à história da Atlântida, cujos sobreviventes poderiam ter vindo para a América do Sul. Seja como for, meu livro revelará muita coisa, da história e da arqueologia.” O presente capítulo foi escrito com base nas anotações do diário de Thiry e nos relatos e informações fornecidas por Osmar Soalheiro,meu amigo”.


Marinha e o Tesouro do Sombrio

Postado por: Edson S. Persch - 27/10/2012 - 20:25
Material: Jeannis Michail Platon

"Almirante confirma a participação da Marinha na busca pelo Tesouro".


Em entrevista concedida no último dia 12, o Almirante Júlio de Sá Bierrenbach, ex-ministro do Superior Tribunal Militar, atualmente na reserva, confirmou que a Marinha do Brasil esteve diretamente envolvida na busca pelo Tesouro do Sombrio em Ilhabela no início da década de 1950. A entrevista foi realizada na cidade do Rio de Janeiro, onde estiveram presentes o escritor Jeannis Michail Platon, sua esposa Kátia Platon e Saint Clair Zonta Júnior, estudioso do assunto.


 Segundo relatou Bierrenbach, o pesquisador Paul Ferdinand Thiry, precursor dos estudos sobre o famoso tesouro, apresentou suas conclusões ao Ministério da Marinha e obteve o aval do então Ministro da pasta, Almirante Silvio de Noronha, e, depois, também o de seu sucessor Almirante Renato de Almeida Guillobel. Assim, conseguiu o apoio técnico e logístico de que precisava para realizar seus estudos de campo na Ilha de São Sebastião, atual Ilhabela.


 Tais expedições até a ilha começaram no início de 1950 e eram classificadas como sigilosas, envolvendo o deslocamento de efetivo de dezenas de homens e de embarcações de porte da Marinha de Guerra brasileira, tais como o Contratorpedeiro de Escolta BRACUÍ e o Caça-Submarino GUAJARÁ. Bierrenbach, que era assistente do comandante da esquadra na época, participou de três dessas operações como observador, a bordo das embarcações.


Nessa ocasião, conheceu o pesquisador Thiry e esteve com ele no acampamento montado pela Marinha no Saco do Sombrio. Os períodos de estada na ilha eram de cerca de uma semana e a estrutura e alimentação eram fornecidas pelos navios envolvidos nas operações.


Como o reabastecimento dos navios era realizado no porto de São Sebastião, a história acabou vazando e chegou ao conhecimento dos moradores. Na opinião do Almirante Bierrenbach, a história sobre o Tesouro do Sombrio ainda não terminou e precisa ser apurada. Saint Clair Zonta Junior, que continua investigando o assunto, relata:


 “Esse depoimento tem uma importância histórica! Nós ainda não havíamos encontrado um registro documental de que tais operações tivessem ocorrido. Mas, agora sabemos que o governo brasileiro esteve diretamente envolvido na busca pelo Tesouro do Sombrio. Isso confirma a seriedade dos trabalhos realizados por Thiry e pelo Dr. Osmar Soalheiro”.
Por Saint Clair Zonta Junior






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Agora com muito mais peças .
Vale a pena conhecer o novo espaço! "Bem Vindos a Bordo"

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