Para ver mais :
http://museunautico.blogspot.com.br/2012/10/marinha-e-o-tesouro-do-sombrio.html
O perfil do obstinado engenheiro:
Thiry
passou quarenta anos de sua vida atrás do Tesouro da Trindade. No Saco
do Sombrio teve dificuldades que somente quem conhece o local pode ter
idéia. Depois de deixar o serviço público, passou a viver lá, isolado,
só com o dinheiro da aposentadoria e com o que os dez filhos podiam
eventualmente lhe mandar. O engenheiro ficava meses longe da família,
abrigado num casebre de um só cômodo. Embora reservado, tinha amigos
entre os ilhéus, em especial aqueles que davam importância aos aspectos
científicos de sua pesquisa. Bem ou mal, tocou seu projeto, enquanto
teve saúde, graças à ajuda desinteressada de quem via nele alguém de
muito valor, um cientista formidável, encantador.
O amigo Décio
Dias conseguiu que a Prefeitura de Ilhabela o acomodasse na escola do
lugar, que tinha cozinha com fogão à lenha e um quarto, onde Thiry
dormia numa cama de campanha e trabalhava sobre uma mesa rústica.
Utilizava as paredes para pendurar seus instrumentos, esquadro e régua
de cálculo. Osmar Soalheiro levava, mensalmente, o “rancho” com itens
básicos de alimentação, além de fumo de rolo para o seu inseparável
cigarro de palha. Baixinho, franzino, sob os óculos de hastes
precariamente coladas, tinha as mãos maculadas pelo amarelo da nicotina e
a cabeça voltada para sua árdua tarefa de decifrar o enigma. Thiry
ficava no campo pela manhã e no resto do dia se debruçava no mapa com
vários papéis e seus cálculos. Às vezes contratava os moradores do
local: Pedro Inácio, Pedro Silvério, Elias Posidônio. O pessoal lá não
se ligava muito nele porque achavam que ele era louco. Diziam: - Esse
homem é louco! Fica procurando tesouro, vai morrer aí e não vai achar
nada.
Thiry, por ele mesmo
“Contar a
história... Contei tantas vezes que já estou cansado. Além disso, é
preciso conhecer muito bem matemática para entender alguma coisa. Dizem
que sou louco porque não entendem coisa alguma”. “É difícil entender
bem. Mas não é mistério algum: é só uma questão de saber decifrar os
signos”. “Vou publicar meu trabalho em livro, ainda este ano. (...) Meu
livro revelará muita coisa, da história e da arqueologia. Por isso, não
estou interessado em falar sobre ele. São mais de 20 anos de pesquisa
que não vou revelar em 2 ou 3 horas. Já estamos chegando ao fim: mais um
pouco e vou embora para o Rio, para junto de minha família”. “Mas o que
me importa de fato é reconstituir a veracidade histórica. O dinheiro é
secundário”.
“Estou convencido
de que foi uma única pessoa. Era sem dúvida um cientista, um conhecedor
de alta matemática. Isso tudo está ligado ao tesouro do Conde de Monte
Cristo. Alexandre Dumas não fez ficção, baseou-se na História”
(Referindo-se a quem fez o roteiro e o mapa).
O Sombrio e o Mapa
O Sombrio e o Mapa
O
sonho, como dizia Lennon, não acabou. Hoje, como antes, o Saco do
Sombrio é uma enseada de águas verdejantes e calmas que fica na Baía de
Castelhanos, a sudeste de Ilhabela. Tendo a travessia do canal de São
Sebastião como referência, segue-se para o lado norte da ilha, passando
pelas Praias de Indaiá, Prainha, Barreiros, Viana, Siriuba, Garapocaia,
Ponta Azeda, do Pinto, Armação, Ponta das Canas até Jabaquara, o último
lugar habitado a que se chega por terra. Dali em diante, são lugarejos
de pescadores só atingíveis pelo mar. O lugar onde Paul Thiry sempre
acreditou estar o Tesouro da Trindade é repleto de rochedos cobertos por
limo e cabanas de pau-a- pique cobertas por folhas de palmeira. Lá um
breve passeio já revela o quanto é sacrificante circular por ali com a
missão quase impossível de encontrar a caverna do tesouro. Há que se
enfrentar mata cerrada, piso por vezes barrento e escorregadio, arbustos
espinhentos e um sobe-desce de morros de até 100 metros de altitude,
até atingir o ponto mais próximo das escavações, em cima dos rochedos do
costão, próximo à Ponta de Piraçununga. Dali se avista a Ponta da
Pirabura e da Navalha, e onde os “Indiana Jones” de plantão têm,
obrigatoriamente, de ficar pendurados sobre o mar, em cordas e cintas, a
30 metros de altura para poder chegar aonde se concentram os vestígios
descobertos por Thiry.
Paul Thiry
Qual terá sido a origem do tesouro?
O
mapa foi descoberto na Índia, em 1852; e o roteiro no Paraná, em 1888.
Depois, o jornal “A Noite” reuniu os dois e publicou-os, em 1939. Foi
quando li e me interessei pelo assunto. Mas o que me importa, de fato, é
reconstituir a veracidade histórica. O dinheiro é secundário. Tenho
três hipóteses sobre a origem do tesouro: a primeira é que os espanhóis,
antes de entregarem o Peru às tropas do general San Martin, na época da
independência, em 1822, retiraram de lá valores pessoais e alfaias das
igrejas. Fugiram num navio que deve ter sido perseguido por piratas ou
caído nas mãos deles. Os piratas mataram os passageiros e rumaram com o
navio por uma rota desconhecida. Há notícias de que esse navio teria
passado pela baía de Mambucaba, no Rio de Janeiro, chegando depois até a
ilha de São Sebastião. E aqui os piratas teriam escondido o seu saque.
Foram Localizdos 82 Marcos
E a segunda hipótese?
É
a de que o tesouro estava sob a proteção de uma organização secreta de
piratas, que funcionava como uma espécie de banco, guardando valores em
lugares seguros. Ilhabela era, naquela época, um centro de contrabando,
tanto de valores como de escravos. Já a terceira hipótese é a de que o
tesouro seria o túmulo de algum rei maia ou inca, por causa do triângulo
planimétrico (com duas dimensões: largura e comprimento) muito
conhecido desses povos
E quem teria feito o roteiro e o mapa?
Estou
convencido de que foi uma única pessoa. Era sem dúvida um cientista, um
conhecedor de alta matemática. Isso tudo está ligado ao tesouro de
Monte Cristo. Alexandre Dumas não fez ficção, baseou-se em fatos
históricos. Quando pesquisou os presídios da França, soube do abade
Faria, e de um tesouro que teria pertencido aos espanhóis fugidos do
Peru.
Nesse caso, sua primeira hipótese, do tesouro ter sido dos espanhóis vindos do Peru, é a mais provável?
Pode
ser. Pode ser também que esse roteiro e esse mapa estejam ligados à
história da Atlântida, cujos sobreviventes poderiam ter vindo para a
América do Sul. Seja como for, meu livro revelará muita coisa, da
história e da arqueologia.”
O presente capítulo foi escrito com base nas anotações do diário de
Thiry e nos relatos e informações fornecidas por Osmar Soalheiro,meu
amigo”.
Marinha e o Tesouro do Sombrio
Postado por: Edson S. Persch - 27/10/2012 - 20:25
Material: Jeannis Michail Platon
"Almirante confirma a participação da Marinha na busca pelo Tesouro".
Em
entrevista concedida no último dia 12, o Almirante Júlio de Sá
Bierrenbach, ex-ministro do Superior Tribunal Militar, atualmente na
reserva, confirmou que a Marinha do Brasil esteve diretamente
envolvida na busca pelo Tesouro do Sombrio em Ilhabela no início da
década de 1950. A entrevista foi realizada na cidade do Rio de
Janeiro, onde estiveram presentes o escritor Jeannis Michail Platon,
sua esposa Kátia Platon e Saint Clair Zonta Júnior, estudioso do
assunto.
Segundo
relatou Bierrenbach, o pesquisador Paul Ferdinand Thiry, precursor
dos estudos sobre o famoso tesouro, apresentou suas conclusões ao
Ministério da Marinha e obteve o aval do então Ministro da pasta,
Almirante Silvio de Noronha, e, depois, também o de seu sucessor
Almirante Renato de Almeida Guillobel. Assim, conseguiu o apoio
técnico e logístico de que precisava para realizar seus estudos de
campo na Ilha de São Sebastião, atual Ilhabela.
Tais
expedições até a ilha começaram no início de 1950 e eram
classificadas como sigilosas, envolvendo o deslocamento de efetivo de
dezenas de homens e de embarcações de porte da Marinha de Guerra
brasileira, tais como o Contratorpedeiro de Escolta BRACUÍ e o
Caça-Submarino GUAJARÁ. Bierrenbach, que era assistente do
comandante da esquadra na época, participou de três dessas
operações como observador, a bordo das embarcações.
Nessa
ocasião, conheceu
o pesquisador Thiry e esteve com ele no acampamento montado pela
Marinha no Saco do Sombrio. Os
períodos de estada na ilha eram de cerca de uma semana e a estrutura
e alimentação eram fornecidas pelos navios envolvidos nas
operações.
Como
o reabastecimento dos navios era realizado no porto de São
Sebastião, a história acabou vazando e chegou ao conhecimento dos
moradores. Na opinião do Almirante Bierrenbach, a história sobre o
Tesouro do Sombrio ainda não terminou e precisa ser apurada. Saint
Clair Zonta Junior, que continua investigando o assunto, relata:
“Esse
depoimento tem uma importância histórica! Nós ainda não havíamos
encontrado um registro documental de que tais operações tivessem
ocorrido. Mas, agora sabemos que o governo brasileiro esteve
diretamente envolvido na busca pelo Tesouro do Sombrio. Isso confirma
a seriedade dos trabalhos realizados por Thiry e pelo Dr. Osmar
Soalheiro”.
Por
Saint Clair Zonta Junior
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Agora com muito mais peças .
Vale a pena conhecer o novo espaço! "Bem Vindos a Bordo"
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