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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Garimpos se tornam diversão na nova corrida pelo ouro

http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3463474-EI238,00.html
Em tempos de pico neste ano, cerca de cem pessoas por dia ingressaram na associação que lhes dá o direito de garimpar em jazidas Foto: The New York Times
Em tempos de pico neste ano, cerca de cem pessoas por dia ingressaram na associação que lhes dá o direito de garimpar em jazidas
21 de janeiro de 2009
Foto: The New York Times
Marc Silver
Estados Unidos

Com a bateia em mãos, Phil Lawrence procura por ouro. Ele é novo na atividade, mas já leu livros sobre a arte do garimpo e se juntou a um grupo local que lhe forneceu uma fita instrutiva. Assim, ele sai para os riachos e ribeirões nas proximidades da cidade de Nevada, onde vive, à procura de fragmentos do material brilhante.
"Não é apenas colocar a bateia na água e instantaneamente encontrar pepitas," disse o 'parcialmente aposentado' homem de 53 anos, que trabalha como guarda noturno de uma escola local. "É preciso pesquisar um pouco para descobrir para onde o ouro flui quando desce das montanhas", disse. O ouro fica, geralmente, em áreas nos leitos dos riachos com poucos bancos de areia ou onde a corrente diminui e faz redemoinhos.
Ele apanha uma porção de cascalho com a bateia e começa a balançar e descartar o conteúdo. Como o ouro é mais pesado do que qualquer outra coisa no riacho, suas pepitas devem assentar no fundo da bateia enquanto os minerais mais leves sobem.
Lawrence é um das dezenas de milhares de americanos participantes de uma mini-corrida pelo ouro no século 21. O alto preço do ouro foi uma motivação para muitos. A crise econômica também foi: não importa o comportamento do dólar, o ouro sempre vai valer alguma coisa.
Há um ano, a Associação de Prospectores de Ouro da América recebia a inscrição de cem novos membros pagantes por semana. Durante os tempos de pico deste ano, cerca de cem pessoas por dia começaram a pagar a taxa de US$ 67,50, que lhes dá o direito de garimpar em jazidas descobertas por outros membros da associação.
Achou, levou
Em um bom dia, Lawrence tem momentos "eureca!": "quando você acha algumas pedras, é uma grande emoção. Você sabe que é o único em milhões de anos a olhar para aquele pedaço particular de ouro."
E quão rico ele se tornou? Não muito. Algumas horas de garimpo podem equivaler a cerca de uma onça de ouro, ou US$ 800 atualmente, valor menor que o US$ 1 mil durante o verão americano. Entretanto, há cerca de um ano na atividade, ele acredita ter encontrado o equivalente a US$ 100 em pepitas.
"Se quisesse aumentar minha renda," brinca, "estaria bem melhor em um emprego no McDonald's."
Muitos novatos estão desapontados com os magros resultados. Entretanto, Lawrence e outros descobriram que a própria atividade com a bateia pode ser recompensadora.
"Sair para um dia no rio, ouvir os pássaros e a água borbulhando ao passar entre as pedras," reflete. "Não há nada igual."
Além da bateia
Alguns caçadores de ouro vão um pouco mais além em sua perseguição. O equipamento de Gloria Marie inclui um pé-de-cabra (que funciona como bengala), uma marreta de 1,8 kg, um cinzel e um aparelho de sucção manual.
Se encontra uma fissura na jazida que parece ser o lugar certo para o ouro ter se depositado em sua jornada pela água, ela trabalha uma hora ou mais para alargar a fenda e, então, dragar os sedimentos internos e procurar por pepitas na bateia.
Sem garantias. "Acredite, já fiz muito garimpo em locais ótimos e não achei nada além de areia escura."
Em um dia de sorte, ela balança os sedimentos em sua bateia e descobre pepitas do tamanho de "uma ervilha ao de uma semente de abóbora." Ela não vendeu nenhuma, mas transformou algumas em jóias.
Garimpeiros mais insistentes investem um pouco mais em equipamento. Uma máquina de dragagem motorizada, por exemplo, custa em torno de US$ 1 mil a US$ 5 mil. Flutuando em barcas, o aparelho possui um bocal que suga grandes quantidades de material do leito do rio ou riacho.
Ou talvez tentem usar um detector de metal, ao custo de algumas centenas de dólares a até US$ 4 mil. Prospectores com um detector podem encontrar pepitas de 450 gramas do tamanho da borracha de um lápis ou "ouro incrustado em quartzos," disse Jim Hutchings, presidente da divisão de Sacramento da Associação de Prospectores de Ouro da América.
"Eles aparecem com pedaços de quartzo do tamanho de bolas de boliche com duas, três, quatro, cinco onças de ouro incrustado na pedra."
Um banho de ácido clorídrico corrói o quartzo, deixando um tipo incomum de ouro que pode chegar a valer centenas de dólares entre colecionadores interessados.
Lembranças pseudo-preciosas
Ao menos nas áreas turísticas, garimpeiros de ouro vendem suas pedras a lojas de lembranças, que revendem as descobertas para visitantes felizes em pagar US$ 5 por um pote de ouro que custou apenas US$ 2.
Porém, afirma Ken Rucker, gerente-geral da associação, um garimpeiro muito sortudo "pode sair pela primeira vez e encontrar uma pepita de US$ 10 mil."
Já os garimpeiros que estão na atividade pelo lazer aprenderam um truque para ampliar o que encontraram.
"Muitos caras que conheço mantêm o ouro na água," diz Lawrence. "É uma questão de ego - a água tende a ampliar o ouro e faz parecer que você tem muito mais do que conseguiu." Tradução: Amy Traduções
National Geographic

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