DEPOIS DE SEQUÊNCIA DE ALTAS, RECUO DÁ ÓTIMA OPORTUNIDADE DE ENTRADA NA OGXP3: Em meio à crise de Eike, OGX tem melhor sequência em 19 meses na Bovespa :
Nos últimos 8 pregões, petrolífera subiu em 6 deles e
fechou estável nos outros 2; rebalanceamento do Ibovespa e ações
"secas" para aluguel colaboram para o rali
Por Felipe Moreno
SÃO PAULO - Eike Batista passa por uma ferrenha crise, quase ninguém discute. Mas no meio desse turbilhão, a OGX Petróleo (OGXP3)
atingiu a maior sequência de ganhos desde janeiro de 2012, ao registrar
8 sessões consecutivas sem queda. Entre os dias 19 e 30 de julho, os
ativos OGXP3 subiram em 6 pregões e fecharam estáveis em 2 deles,
saltando de R$ 0,50 para R$ 0,64, o que representa ganhos de 28%. Nesta
quarta-feira (31), o movimento positivo se repete nos minutos iniciais
da Bovespa - segundo cotação das 10h40 (horário de Brasília), os papéis
da petrolífera subiam 4,69%, para R$ 0,67. Confira mais notícias sobre Eike Batista e suas empresas
A empresa não tinha tido uma sequência tão forte desde que mostrou
produção abaixo do esperado no final junho do ano passado, igualando a
euforia do período em que estava para extrair a primeira gota de
petróleo - situação análoga a que a empresa vive atualmente, já que deve
extrair a primeira gota de petróleo do campo de Tubarão Martelo no
último trimestre deste ano, o que pode significar uma espécie de
renascimento para a empresa. Mas o que há por trás deste rali?
OGX não tem sequência tão positiva desde janeiro de 2012 (RI OGX)
Altamente endividada e com a produção concentrada em um campo
problemático - Tubarão Azul -, a companhia ainda espera um novo plano de
negócios, prometido pelo controlador via twitter.
A companhia mostrou um desempenho agressivo no 11º leilão da ANP
(Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e pode
retomar investimentos em campos com características diferentes dos
atuais, com novos sócios.
A companhia já afirmou que, dos campos conhecidos, só deve explorar o
campo de Tubarão Martelo - e pode parar a produção em Tubarão Azul em
2014. Ela firmou uma parceria com a Petronas, que pagou US$ 1 bilhão por
40% de participação em Tubarão Martelo e em outro campo da OGX, além de
firmar acordo que permite a companhia malaia a comprar participação na
empresa. Mudança de carteira do Ibovespa
Mas um outro
fator vem fortalecendo as cotações da OGX nesse mês: o iminente - e
eminente - aumento de participação da empresa na carteira quadrimestral
do Ibovespa, que entrará em vigor a partir de setembro. Uma das ações
mais líquidas do índice, a petrolífera de Eike Batista geralmente tem
grande peso nas carteiras, mas a forte desvalorização das ações da
petrolífera fez com que essa participação recuasse de ajuste em ajuste. A
OGX iniciou a última carteira responsável por cerca de 5,5% do índice,
mas já "pesa" cerca de 1,5%, segundo os dados mais recentes da
BM&FBovespa.
Na primeira prévia do próximo rebalanceamento, que será divulgada no
1º dia de agosto, a OGX deve ser a maior ganhadora de participação no
Ibovespa por conta do alto índice de negociabilidade da empresa, apontam
analistas de diversas casas de análise. A equipe da do Brasil Plural
estima que o peso da OGX subirá para 4,5%, o que representa um aumento
de 3 vezes sobre a participação atual. Já o HSBC estima uma importância
de 4,2% da empresa no índice. O ajuste nas posições de mercado deve
promover um impacto no volume ao equivalente a um dia e meio dia de
negociação do papel.
Esse rebalanceamento chama a atenção de dois tipos de investidores:
os gestores de fundos passivos e aqueles que querem especular com isso.
Como gestores de fundos passivos precisam seguir o desempenho do índice,
precisam readequar suas carteiras nos últimos dias antes do
rebalanceamento - no final de agosto - comprando as ações que vão ter
participação elevada e vendendo as que terão participação reduzida.
Esperando uma forte pressão compradora nesse período, investidores
compram as ações dias antes, colhendo essa diferença.
Isso ocorreu, por exemplo, no último rebalanceamento: a ação disparou cerca de 70% pouco antes do rebalanceamento,
no final de abril. Contudo, a pressão compradora esvaziou-se e o papel
inverteu para fortes quedas - eventualmente recuando tudo que tinha
ganho. Naquele período, a ação chegou a subir 8% durante a manhã do
último pregão do mês, e terminou aquela sessão com perdas de 10%, após
os fundos passivos terem "comprido" suas obrigações de comprar OGX. Ação "seca" no banco de aluguel Outro
fator que pode estar ajudando a OGX a operar em alta é a escassez de
papéis a serem alugados para operações de venda a descoberto - aquelas
em que o investidor vende ações que não possui e aluga de outros
investidores. A taxa média da OGX chegou a atingir cerca de 80% da
quantia investida ao ano, o que torna operações de média e longa
durações inviáveis. O aluguel das ações vem em queda, com isso.
Há alguns meses, investir na queda de OGX era um excelente negócio. A
demanda por papéis OGXP3 para aluguel cresceu vertiginosamente desde
maio, quando a alcançou 35% do free float (ações em circulação no
mercado) e a Bovespa precisou elevar o limite. Nunca um ativo com
liquidez para entrar no Ibovespa havia atingido um percentual tão alto
de "short" (posição vendida) em relação ao total disponível para
negociação.
No caso específico da OGX, a BM&FBovespa precisou elevar o teto
de alguel duas vezes neste ano. Em 18 de março, a bolsa teve de ampliar o
limite de risco de empréstimo do ativo de 20% (250 milhões de ações)
para 30% (376 milhões). E, em 9 de maio, dia seguinte ao volume ter
tocado novamente no patamar superior, a entidade subiu o parâmetro para 45% do free float (564 milhões).
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