Rochas são corpos sólidos naturais, resultantes de processos geológicos, formados por
agregados de uma ou mais espécies mineralógicas. As rochas formadas por apenas um tipo
de mineral denominam-se monominerálicas, como o mármore, composto unicamente por
calcita. Já as formadas por espécies diferentes de minerais são denominadas
pluriminerálicas, como o granito, constituído por uma assembléia de minerais formada
pelo quartzo, feldspatos, micas, entre outros. Também podem ser corpos sólidos com
origem na matéria orgânica, como o carvão mineral. O estudo da natureza das rochas é
feita através de observações realizadas em trabalhos de campo evidenciando as formas de
ocorrência, as estruturas e os tipos rochosos associados. A classificação petrográfica
das rochas (determinada, principalmente, em estudos microscópicos) é obtida com base no
arranjo textural, revelada pela observação detalhada do tamanho, da forma e da relação
entre os minerais, e pela sua constituição mineralógica. Na agregação mineralógica
constituinte das rochas, observam-se os minerais essenciais e os minerais acessórios. Os
essenciais, tais como o quartzo e os feldspatos, são os mais abundantes e suas
proporções determinam os nomes dados às rochas. Os acessórios como, por exemplo, o
zircão (ZrSiO4) e a magnetita (Fe2+Fe3+2O4),
ocorrem em menores proporções e suas presenças não modificam a classificação das
rochas.
A classificação geral das rochas subdivide-as em três grupos distintos, conforme às
suas origens: Rochas Ígneas ou Magmáticas, Rochas Sedimentares e Rochas Metamórficas.
Rochas Ígneas ou Magmáticas – são rochas originadas a partir do
resfriamento e solidificação de material rochoso fundido, chamado magma. Este processo
é denominado de cristalização e ocorre tanto no interior da crosta terrestre quanto em
sua superfície. Se o resfriamento do magma ocorrer na superfície, as rochas serão do
tipo vulcânicas ou extrusivas. Neste caso, em que o magma chega à superfície, através
de uma erupção vulcânica, ele é chamado de lava. Quando o magma não é capaz de
atingir a superfície terrestre, ele cristaliza em profundidades variáveis no interior de
câmaras magmáticas ou em fissuras geológicas, e estas rochas serão do tipo plutônicas
ou intrusivas. A rocha vulcânica mais abundante é o basalto, cuja constituição
mineralógica é formada por piroxênios e plagioclásios cálcicos. O granito é a rocha
plutônica mais abundante na crosta terrestre, sendo constituída, principalmente, por
feldspatos alcalinos (ortoclásio e microclínio – KAlSi3O8),
plagioclásios (sódicos a intermediários) e quartzo.
Rochas Sedimentares - são rochas formadas por partículas provenientes da
desagregação e decomposição de rochas preexistentes (protólitos), através da ação
dos agentes de intemperismo sobre as rochas de origem ígnea, metamórfica ou mesmo
sedimentar. Estas partículas são chamadas de sedimentos que após serem transportados
pela ação dos ventos, águas de superfície ou pelo gelo, depositam-se em camadas e
sofrem processos de litificação (compactação, cimentação e recristalização),
resultando em rochas sedimentares.
Os processos de intemperismo sobre as rochas preexistentes fornecem sedimentos
(partículas e/ou compostos químicos dissolvidos), que serão as matérias-prima
geradoras das rochas sedimentares. Quando as rochas são constituídas por partículas
(clastos ou detritos), serão classificadas como sedimentares clásticas ou detríticas,
cujo principal exemplo é o arenito. Quando são formadas pela precipitação de compostos
químicos dissolvidos na água, serão chamadas de sedimentares químicas, como por
exemplo o calcário. Os depósitos sedimentares de origem orgânica são acúmulos de
matéria orgânica, tais como restos de vegetais que, por compactação, acabam gerando
turfa e, posteriormente, linhito, carvão mineral (hulha), antracito e grafita, com o
aumento progressivo da diagêne. Quando houver restos de conchas, imersos em uma matriz
lamítica, o material chama-se coquina. São classificadas como pseudo-rochas porque suas
partículas ainda não se encontram completamente consolidadas.
Rochas Metamórficas - são rochas resultantes da transformação, no estado
sólido, de rochas preexistentes (protólitos), apresentando texturas e estruturas muito
características. As rochas metamórficas podem ser formadas a partir de rochas ígneas,
sedimentares ou mesmo de outras metamórficas. O processo de transformação ocorre por
aumento de temperatura (100-700ºC) e pressão sobre o protólito, em profundidades
superiores a 3 km. Os limites de temperatura envolvidos no processo metamórfico,
geralmente, ficam abaixo do ponto de fusão dos minerais. Quando essas rochas ficam
sujeitas a grandes pressões e temperaturas (em geral, na faixa de 700-800ºC), podem
fundir, dando origem a um magma que solidificará como uma rocha ígnea. O principal tipo
de metamorfismo é o regional, que ocorre em grandes extensões da crosta terrestre, em
conseqüência de eventos geológicos de ampla magnitude, como por exemplo, a formação
de cadeias de montanhas por processos tectônicos. As principais rochas geradas são os
gnaisses e os xistos. Quando o metamorfismo for local e ocorrer próximo às intrusões
ígneas, denomina-se termal ou de contato. Neste caso, serão geradas rochas denominadas
cornubianitos. No metamorfismo dinâmico predomina o aumento de pressão sobre as rochas,
como nas zonas de grandes falhamentos, onde são gerados milonitos.
PRINCIPAIS TIPOS ROCHOSOS
a. Rochas Ígneas ou Magmáticas
Granito Morrinhos - Guaíba/RS/Brasil (CRULBRA 00001)
Dacito - Garibaldi/RS/Brasil (CRULBRA 00002)
Peridotito - Cordilheira dos Andes, Chile (CRULBRA 00003)
Diabásio com disjunção colunar - Vila da Pedreira, Esteio/RS/Brasil
Basalto com flúor-apofilita verde - Pedreira da Prefeitura, Morro Reuter/RS/Brasil
(CMULBRA 00708)
b. Rochas Sedimentares
Arenito - Taquara/RS/Brasil (CRULBRA 00004)
Carvão mineral - Minas do Leão/RS/Brasil (CRULBRA 00005)
Varvito com seixos pingados - Trombudo do Sul/SC/Brasil (CRULBRA 00006)
c. Rochas Metamóficas
Mármore - Caçapava do Sul/RS/Brasil (CRULBRA 00007)
Gnaisse - Vila Nova do Sul/RS/Brasil (CRULBRA 00008)
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