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terça-feira, 9 de outubro de 2012

CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO MANERÁRIO E ASPECTOS LEGAIS

 











 NOVO MARCO REGULATÓRIO DA MINERAÇÃO DO PAÍS




 
A CRIAÇÃO DA COOPERATIVA DOS GARIMPEIROS DE OURO EM PEIXOTO DE AZEVEDO,











    




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Como Ser Dono De Uma Mina ?

Pércio de Moraes Branco
A legislação mineral brasileira


Introdução
Uma das perguntas que as pessoas fazem com frequência aos geólogos é: Como se faz para ser dono de uma mina ? Ou: Como alguém consegue autorização para extrair minérios, pedras preciosas ou outra substância mineral ?
Antes de entrar em detalhes sobre o caminho a percorrer até se tornar um minerador, vale citar algumas normas de abrangência maior.
    - a legislação que detalha as normas sobre pesquisa, extração e comercialização de substâncias minerais está contida no Código de Mineração, o Decreto-Lei 227, de 28 de fevereiro de 1967. Ele trata das massas individualizadas de substâncias minerais ou fósseis, encontradas na superfície ou no interior da terra, formando os recursos minerais do País.
    - pela constituição brasileira, as riquezas minerais do país pertencem à União e não ao proprietário da terra onde elas se encontram. Ou seja, o proprietário do solo (terreno, fazenda, sítio, etc.), também chamado de superficiário, não é dono do subsolo.
    - as regras para se obter o direito de extrair uma substância mineral não são exatamente as mesmas em todos os casos; dependem do tipo de substância.
    - o órgão que regulamenta e fiscaliza a pesquisa, extração e comercialização de bens minerais no país é o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), do Ministério de Minas e Energia (este departamento vai ser muito citado daqui para frente).
    - o aproveitamento das substâncias minerais pode ser feito por:

        a) autorização, quando depender de alvará de autorização do diretor-geral do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM ();
        b) licenciamento, quando depender de licença expedida conforme regulamentos administrativos locais e de registro da licença no DNPM;
        c) regime de monopólio, quando, por lei especial, depender de execução direta ou indireta do Governo Federal.
        d) concessão, quando depender de portaria de concessão do ministro de Minas e Energia;
        e) permissão de lavra garimpeira, quando depender de portaria de permissão do diretor-geral do DNPM;



A produção mineral pelo regime de autorização de pesquisa

a) o Requerimento de Alvará de Autorização de Pesquisa

Se uma pessoa acredita (ou tem certeza) de que em um determinado local existem substâncias minerais valiosas, como minério de ferro, chumbo ou cobre; pedras preciosas; rochas ornamentais como mármores e granitos; combustíveis fósseis, como carvão; etc., e ela desejam extrair essas substâncias, o primeiro passo é verificar se os direitos sobre aquela área já não foram requeridos por alguém. O interessado não precisa comprar a terra, pois, como já foi dito, o superficiário não é dono das riquezas minerais que existem em sua propriedade. Ser dono pode evitar alguns aborrecimentos, mas, dependendo do valor do imóvel, pode ser uma despesa não recomendável ou mesmo de custo proibitivo.
Para saber se aquela área está livre, ele deve ir ao DNPM e pedir esta informação. O DNPM está dividido em 25 distritos, de modo que praticamente cada Estado é um distrito.
Se aquele departamento informar que a área está livre, o próximo passo é fazer um requerimento solicitando um alvará de autorização de pesquisa, em formulário que o DNPM fornece. Isso não é coisa muito simples, porque esse requerimento deve vir acompanhado de
alguns documentos importantes. Um deles é o mapa de delimitação da área que o interessado quer requerer, mapa que deve ser delimitado por linhas de direção Norte-Sul e Este - Oeste, de modo que será sempre um polígono.
O interessado deve se informar também sobre qual é a extensão máxima que ele pode requerer. Podem ser de 50, 1.000 ou 2.000 hectares (1 hectare = 10.000 m2), dependendo do tipo de substância mineral. Para substâncias metálicas, fertilizantes, carvão, diamantes, rochas betuminosas e pirobetuminosas, turfa e sal-gema, a área é de 2.000 hectares, mas, sobe para 10.000 se se situar na Amazônia Legal.
Nessa fase, a documentação pode ser encaminhada por qualquer cidadão brasileiro, não necessariamente por uma empresa. Se a área pretendida for maior que o permitido, pode-se fazer outro requerimento, em nome de parentes do interessado. Isso é legal e não caracteriza nepotismo ou coisa do gênero, porque cada área requerida vai constituir um processo separado dos demais, e os titulares serão tratados como são tratadas, pela Receita Federal, contribuintes da mesma família, mas com CPF diferentes.
Além disso, se o interessado requerer, por exemplo, 250 hectares (2.500.000 m2) divididos em cinco áreas de 50 hectares (500.000m2), cada uma delas terá um tratamento individual, mesmo que sejam contíguas e pesquisadas em conjunto.
Outro documento fundamental, nessa etapa, é o Plano de Pesquisa. Por mais certeza que o interessado tenha da existência do bem mineral desejado na área, ele tem que fazer uma pesquisa que prove isso ao DNPM. Por isso é que, nessa fase, o que se faz é requerer um alvará de autorização de pesquisa.
O Código de Mineração define pesquisa mineral como a execução dos trabalhos necessários à definição da jazida, sua avaliação e a determinação da exequibilidade do seu aproveitamento econômico.
O plano de pesquisa deve ser feito por um geólogo ou engenheiro de minas. Uma vez pronto este documento, o mapa de localização da área e preenchido requerimento, esse processo, com mais alguns documentos, é entregue ao DNPM, onde recebe um número de protocolo, com um carimbo que informa o dia e a hora em que os documentos foram recebidos. Se alguém requereu a mesma a área e entregou a documentação minutos antes, esta pessoa terá prioridade sobre ela. Só se ela por alguma razão abandonar a área, desistir da pesquisa, ou perder o direito adquirido. é que o outro poderá se habilitar.

b) o Alvará de Autorização de Pesquisa

Recebida a documentação, os técnicos do DNPM verificarão se está tudo em ordem, se a área requerida não foi requerida por alguém (mesmo que parcialmente) enquanto a documentação era preparada, se o plano de pesquisa é tecnicamente correto, etc.
Se tudo estiver certo, o requerimento é aprovado e o Diretor-Geral do DNPM emite o alvará de autorização de pesquisa, documento que permite ao interessado entrar na área e começar a pesquisar. Ele terá um prazo de um ano para fazer essa pesquisa; se esse período se mostrar insuficiente, poderá requerer ao DNPM prorrogação por mais dois anos, justificando-a devidamente.
Com o alvará na mão, é hora de conversar com o proprietário da terra, porque ele não pode impedir a pesquisa nem a posterior extração dos bens minerais, mas também não pode ser solenemente ignorado.
Vai ser explicado a ele o que se vai fazer, que escavações serão necessárias, se será preciso abrir estradas, cortar arames de cercas, destruir parte uma lavoura, etc. e combinar-se-á com ele o valor da indenização por esses danos inevitáveis e/ou pela simples ocupação da terra. Se não se chagar a um acordo, a questão é levada pelo DNPM à Justiça local, que decidirá o valor da indenização a pagar.
Acordo feito, realiza-se a pesquisa, que não pode ser interrompida sem justa causa por mais de três meses consecutivos ou 120 dias acumulados. Se, durante os trabalhos for descoberta a existência de uma substância mineral útil diferente daquela que se pretendia procurar, isso deve ser informado ao DNPM. O titular do alvará de autorização de pesquisa poderá, se for de seu interesse, requerer ao DNPM que passe a considerar esta nova substância o objeto principal, ou mesmo único, da pesquisa.
Terminada a pesquisa, de duas uma: ou ela comprovou a existência da substância mineral economicamente aproveitável ou não. No primeiro caso, o relatório é aprovado; no segundo, ele é arquivado.
Há ainda a possibilidade de o DNPM entender que o aproveitamento da jazida é temporariamente inviável por razões técnicas ou econômicas. Nesse caso, ele recebe o relatório, mas sua decisão sobre fica suspensa temporariamente, até que o interessado apresente novo estudo da exequibilidade técnico-econômica da lavra. Sem ele, o relatório será arquivado.
Caso o DNPM conclua que não foram suficientes os trabalhos de pesquisa ou que houve deficiência técnica na sua elaboração, o relatório não será aprovado, seja qual for a conclusão nele contida.
Se o relatório foi aprovado, isso significa que o DNPM reconhece que o titular da área delimitou uma jazida, isso é, uma massa individualizada de substância mineral ou fóssil, aflorando à superfície ou existente no interior da terra, e que tem valor econômico (Código de Mineração).
O interessado tem agora um ano para requerer ao ministro de Minas e Energia a autorização de lavra, prazo esse prorrogável por mais um ano se justificado.
Com o requerimento ao ministro, devem ser apresentados, entre outros documentos, plano de aproveitamento econômico da jazida, com descrição das instalações de beneficiamento, e prova de disponibilidade dos recursos financeiros, necessários para execução do plano de aproveitamento econômico e operação da mina.
É admitida, em caráter excepcional, a extração de substâncias minerais ainda durante a fase de pesquisa, mediante prévia autorização do DNPM, como forma de custear essa pesquisa.


c) a Portaria de Lavra

Satisfeitas as exigências legais, o ministro de Minas e Energia assinará a portaria de lavra, e o interessado terá seis meses para iniciar os trabalhos de extração do bem mineral descoberto. Mas, dentro deste prazo, ele poderá negociar seu direito a essa concessão, na forma estabelecida pelo Código de Mineração.
Vem agora a fase de lavra, que é o conjunto de operações coordenadas objetivando o aproveitamento industrial da jazida, desde a extração de substâncias minerais úteis que contiver, até o beneficiamento das mesmas.
Nessa fase, se faz a aquisição de equipamentos para a extração e tratamento do minério, construção de depósitos e de instalações para alojamento das equipes que trabalharão no empreendimento, compra de veículos e/ou animais para o transporte, etc. A jazida e estas instalações todas constituem uma mina. Vê-se, portanto que mina não é a mesma coisa que jazida, é algo maior. E que, ao contrário do que se vê na mídia com frequência, ninguém descobre uma mina; descobre-se uma jazida. Da mesma maneira, ninguém descobre um poço de petróleo. O poço é uma abertura na crosta que se faz para procurar petróleo ou para extraí-lo de uma jazida já descoberta. Esta é outra confusão comum na mídia brasileira.
A partir da emissão da portaria lavra, o interessado tem que criar uma empresa brasileira (se ele já não é uma), ou seja, o relacionamento com o governo federal passa a se dar na condição de pessoa jurídica, não mais de pessoa física. A nova empresa deverá, todos os anos, apresentar um relatório anual de lavra. Caso não cumpra essas exigências, a autorização de lavra poderá ser revogada. Com o início da produção, o proprietário do solo, que até então nada ganhou, pelo contrário, talvez tenha tidos incômodos e prejuízos, passa a ter sua recompensa. Ele começa a receber 50% do valor total devido pelo minerador ao governo a título de compensação financeira pela exploração de recursos minerais. Isso sem ter que investir nada no negócio.
Iniciada a produção, não há prazo definido para sua conclusão. Ela acabará quando ocorrer a exaustão da jazida, isso é, quando não houver mais minério a extrair e quando o minerador houver feita a recuperação da área minerada. Já não se admite que uma empresa abra grandes crateras no solo, para, depois de retirar o minério, ir embora deixando um buraco sem serventia.
Se, no decorrer da lavra, se verificar a existência de minerais radioativos ou apropriados ao aproveitamento de energia nuclear, que são, portanto, objeto de monopólio, isso deverá ser comunicado ao DNPM. Nesses casos, a concessão de lavra será mantida se o valor econômico da substância mineral a que ser refere o decreto de lavra for superior ao dos minerais nucleares encontrados. Caso contrário, a mina poderá ser desapropriada.


A produção mineral pelo regime de licenciamento

Dissemos, no início, que a legislação mineral não era exatamente a mesma para todas as substâncias minerais. Quando se trata de material para uso imediato na construção civil, como areia, argila, saibro, cascalho, etc., o procedimento é bem mais simples e obedece a regras determinadas pelas leis do município onde se encontra a jazida a ser lavrada.
A extração mineral por esse regime é direito exclusivo do proprietário do solo ou de quem ele autorizar, exceto se a jazida situar-se em imóveis públicos.
O requerente deverá entregar no DNPM um requerimento elaborado em formulário padronizado, e a área máxima permitida é de cinqüenta hectares.


A produção mineral pelo regime de monopólio

Segundo a Constituição Federal, são monopólio da União:

        - a pesquisa e a lavra de jazidas de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
        - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
        - a importação e exportação de produtos e derivados básicos resultantes da lavra de jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos e da refinação de petróleo;
        - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem como o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;
        - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados.

Estabelece também a Constituição que as atividades econômicas relativas ao monopólio de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos poderão ser exercidas por empresa constituída sob as leis brasileiras, com sede e administração no país, mediante contrato com a União.


O produção mineral pelo regime de concessão

O regime de concessão refere-se a petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis e está estabelecido na Lei 9.478, de 6 de agosto de 1997. Segundo ela, todos os direitos de exploração e produção de petróleo e gás natural em território nacional, nele compreendidos a parte terrestre, o mar territorial, a plataforma continental e a zona econômica exclusiva, pertencem à União, cabendo sua administração à Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Entre as atribuições da ANP, está a de elaborar os editais e promover as licitações para a concessão de exploração, desenvolvimento e produção, celebrando os contratos delas decorrentes e fiscalizando a sua execução.
Também lhe cabe, por exemplo, promover o processo de licitação para concessão da atividade de transporte de gás natural (Lei 11.909, de 4 de março de 2009).
As atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e de gás natural serão exercidas mediante contratos de concessão, precedidos de licitação, na forma estabelecida na Lei 9.478. Cabe à ANP definir as áreas (blocos) passíveis de concessão através desses contratos.


A produção mineral pelo regime de permissão de lavra garimpeira

O regime de extração de bens minerais por garimpeiros chama-se de permissão de lavra garimpeira e está regulamentado pelo Decreto Nº 98.812, de 9 de janeiro de 1990.
Garimpeiro é toda pessoa física de nacionalidade brasileira que, individualmente ou em forma associativa, atue diretamente no processo da extração de substâncias minerais garimpáveis. (Artigo 2º do Estatuto do Garimpeiro). Para ser garimpeiro, é preciso ter mais de dezoito anos de idade.
O mesmo artigo define que minerais garimpáveis são ouro, diamante, cassiterita, columbita, tantalita, volframita, nas formas aluvionar, eluvional e coluvial, scheelita, demais gemas, rutilo, quartzo, berilo, moscovita, espodumênio, lepidolita, feldspato, mica e outros tipos de ocorrência que vierem a ser indicados a critério do DNPM.
Garimpo é a localidade onde é desenvolvida a atividade de extração de substâncias minerais garimpáveis, com aproveitamento imediato do jazimento mineral que, por sua natureza, dimensão, localização e utilização econômica, possam ser lavradas, independentemente de prévios trabalhos de pesquisa, segundo critérios técnicos do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM.
Vê-se, portanto, que os minerais garimpáveis podem dispensar trabalho de pesquisa. A natureza desses depósitos,
sobretudo seu pequeno volume e a distribuição irregular do bem mineral não justificam, muitas vezes, investimento em pesquisa e maquinaria pesada, tornando-se, assim, a lavra garimpeira a mais indicada.
A Permissão de Lavra Garimpeira é concedida pelo Diretor-Geral do DNPM, a brasileiro ou a cooperativa de garimpeiros autorizada a funcionar como empresa de mineração, pelo prazo de até cinco anos, sempre renovável por mais cinco, a critério do DNPM. Ela abrangerá uma área de cinquenta hectares, exceto quando outorgada a uma cooperativa de garimpeiros, quando poderá ser maior, sempre a critério do DNPM.
Se julgar necessários, o DNPM poderá exigir trabalhos de pesquisa, e o permissionário terá 90 dias para apresentar projeto nesse sentido. Atendida essa exigência, será expedido o Alvará de Autorização de Pesquisa. Com este documento, o interessado tem 90 dias para iniciar os trabalhos de lavra, que não podem ser interrompidos por mais de 120 dias, salvo motivo justificado. Outras exigências previstas no Código de Mineração também se aplicam aqui, como o relatório anual de lavra.
A criação de uma área de permissão de lavra garimpeira depende de licença prévia do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e não pode se dar em terras indígenas.
O garimpeiro pode trabalhar de cinco maneiras diferentes: como autônomo, em regime de economia familiar, como empregado, como parceiro de outra pessoa (mediante contrato particular de parceria registrado em cartório) ou na forma de sócio de uma cooperativa de garimpeiros.
No caso de trabalho em regime de cooperativismo, a Cooperativa requer ao DNPM os direitos minerários sobre a área desejada e os garimpeiros por ela representados, com documento de identidade por ela fornecido, ali trabalham, podendo vender o produto obtido diretamente ao consumidor final, não necessariamente à cooperativa.


CURIOSIDADE

No Brasil, comemora-se, em 21 de julho, o Dia Nacional do Garimpeiro.

O bandeirante Fernão Dias Paes é o Patrono dos Garimpeiros Brasileiros.


FONTES CONSULTADAS

Decreto-Lei 227, de 28 de fevereiro de 1967 – Código de Mineração
Decreto Nº 98.812, de 9 de janeiro de 1990 - Permissão de Lavra Garimpeira
INFORMAÇÕES Básicas para o Investidor - http://www.dnpm.gov.br/. Acessado em 01.08.2009.
Lei 9.478, de 6 de agosto de 1997 - Política energética nacional Lei 11.685, de 2 junho de 2008 – Estatuto do garimpeiro Lei 11.909, de 4 de março de 2009 – Gás natural


Alterado em: 22/09/2009

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Mining, Minerals and Sustainable Development is a project of the International Institute for Environment and Development (IIED) in London, UK.
The project is made possible by the support of the World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).
IIED is a company limited by guarantee and incorporated in England. Reg. No. 2188452. VAT Reg. No. GB 440 4948 50. Registered Charity No. 800066
Mining, Minerals and
Sustainable Development Project
PROJETO BANCO DE
INFORMAÇÕES DOCUMENTAIS
SOBRE PEQUENA MINERAÇÃO
E MINERAÇÃO ARTESANAL
Jose Antonio Sena do Nascimento
CETEM – Centro de Tecnologia Mineral
Rio de Janeiro, Brazil
This report was commissioned by the IIED’s MMSD Project. The report
remains the sole responsibility of the author and does not necessarily reflect
the views of the MMSD Project, the MMSD Assurance Group or the
International Institute for Environment and Development.
2
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO...............................................................................................3
2- ASPECTOS LEGAIS .....................................................................................4
3- ASPECTOS POLÍTICOS ...............................................................................5
4- MEIO AMBIENTE ..........................................................................................6
5- FINANCIAMENTO E COMERCIALIZAÇÃO.................................................. 9
6- ASSISTÊNCIA TÉCNICA ............................................................................11
7- ASPECTOS ORGANIZACIONAIS...............................................................15
8- TRABALHO .................................................................................................17
9- TRABALHO INFANTIL................................................................................19
10- TRABALHO FEMININO............................................................................... 20
11- TECNOLOGIA ............................................................................................. 24
12- SAÚDE......................................................................................................... 26
13- BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 29
3
PROJETO BANCO DE INFORMAÇÕES DOCUMENTAIS SOBRE PEQUENA
MINERAÇÃO E MINERAÇÃO ARTESANAL
1- Introdução
O CETEM, apoiado pelo MMSD está estruturando um Banco de Dados com informações
documentais, constituído de referências bibliográficas e outros tipos de mídia (vídeo,
hiperlinks, etc.) sobre a pequena e média mineração e questões correlatas. Este banco
de dados contém informações sobre este assunto referentes aos últimos 10 anos, no
Brasil. Paralelamente a esta compilação também está sendo realizada pesquisa
semelhante em outros países da América do Sul (Chile, Bolívia e Peru), trabalho este que
será agregado ao banco de dados geral estruturado pelo CETEM.
Já foram integrados ao banco de informações do Brasil mais de 350 títulos sobre os
temas acima e, está sendo elaborado um relatório geral sobre a situação nacional nos
aspectos abordados, tendo por base as informações coletadas já agregadas.
O banco de dados possui versões em Português, Inglês e Espanhol, de forma que o
acesso e alimentação (entrada de dados) possa ser feito por pesquisadores tanto no
Brasil, quanto em outros países da América do Sul e no MMSD na Inglaterra.
A busca das bibliografias cadastradas no banco poderá ser efetuada através de várias
categorias como tipo do documento, assunto, título, sub título e autor principal. As
referências também podem ser localizadas através de palavras específicas selecionadas,
permitindo-se assim que se busque documentos a partir de uma palavra contida no
mesmo.
O relatório final que está sendo elaborado permitirá que se tenha uma visão geral dos
aspectos relevantes relacionados com a pequena e média mineração no Brasil e na
América do Sul, na década de 90, e será útil para configuração de um quadro geral sobre
este assunto que servirá para orientar futuras intervenções e projetos de apoio e
assistência técnica voltadas para a pequena mineração.
Dentre estes objetivos está o apoio à tomada de decisão junto ao CASM Expert Group,
Um grupo de alto nível formado por representantes de várias agências de cooperação
internacional e por especialistas que visa orientar ações de fomento e financiamento
específicas para a mineração artesanal e pequena e média empresa de mineração a nível
mundial.
Os temas pesquisados foram os seguintes: Aspectos legais, aspectos políticoinstitucionais,
meio ambiente, financiamento e comercialização, assistência técnica,
questões organizacionais, trabalho, trabalho feminino e infantil, tecnologia e saúde,
relacionados a seguir:
4
2- Aspectos Legais
Até o início dos anos 80, poucas pessoas pregavam a importância das empresas de
pequeno porte. Reconhecia-se, em tese, a relevância econômica e social das unidades
produtivas de pequena dimensão, louvava-se sua contribuição para a descentralização da
atividade empresarial, mas quase nada se propunha de objetivo e concreto para permitir
que exercessem o papel de agentes do desenvolvimento. Ao contrário, inviabilizavam
qualquer tentativa de tratamento diferenciado, simplificado ou favorecido às pequenas
empresas. Além disso, a massa inarticulada de pequenos empresários carecia de
expressão e representação política, o que os impedia de atuar na defesa de seus
interesses específicos (FERREIRA, 1996).
Ainda na década de 80 foi aprovado pelo Congresso Nacional o Estatuto da
Microempresa, que imediatamente provocou reações contrárias dos governos estaduais e
municipais alarmados com a suposta perda de arrecadação decorrente das isenções
fiscais.
Com a promulgação da Constituição de 1988, a pequena empresa passou a se objeto de
legislação especial, uma vez que no seu artigo de número 179 ela declara que as micro e
pequenas empresas devem Ter condições especiais, como incentivos fiscais e linhas de
crédito, para se desenvolver. Embora exista desde aquele ano, até o final dos anos 90 o
artigo ainda não havia sido aplicado, porque precisava ser regulamentado através de lei
complementar (VALE, 1997).
Em termos de conceituação, há uma dificuldade em se definir o que seja pequena
empresa no caso da mineração, não havendo consenso do que seria considerado
pequena empresa, principalmente num país de dimensões continentais como é o caso do
Brasil, onde tal classificação pode variar de região para região.
Apesar do uso freqüente da terminologia pequena empresa, tanto por técnicos como por
legisladores, há uma notável falta de entendimentos na definição, mesmo em termos
gerais. A maioria das pessoas parece preferir uma forma quantitativa de definição.
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3- Aspectos Políticos
As pequenas empresas, ao contrário do que se supõe, ocupam posição de relevância na
economia dos países do Primeiro Mundo, principalmente nos EUA, Japão e alguns países
da Europa.
Elas desempenham funções importantes, cumprindo papel destacado na produção de
riquezas, na geração de empregos, na arrecadação de impostos, na inovação tecnológica
e no aumento da eficiência do sistema econômico, pelo alto grau de concorrência que
proporcionam (ARANTES, 1995).
Entre as vantagens alcançadas pelas pequenas empresas, destaca-se a capacidade de
manobra ou flexibilidade em relação às grandes. Enquanto os grande grupos investem
consideráveis recursos em pesquisa científica e de desenvolvimento tecnológico, a
pequena empresa conta com a flexibilidade para transformar o resultado dessas
pesquisas em produtos para o mercado de uma forma mais rápida. Dessa maneira,
produtos sofisticados, que atualmente são bem conhecidos, foram originários de
empresas de pequeno porte, como a máquina Xerox e os computadores Apple
(FERREIRA, 1996).
Existe, por várias razões, uma tendência no mundo moderno de favorecimento ao
segmento de pequena empresa, criando um clima propício para o seu desenvolvimento.
Assim, os governos tentam eliminar restrições e distorções da legislação, valorizando a
figura do pequeno empresário e o papel das pequenas empresas (SILVA, 2000).
No Brasil, são relativamente recentes os debates sobre esse segmento; apenas nas
últimas décadas tem sido dada importância às pequenas empresas.
Os estudos desenvolvidos até agora sobre essas pequenas unidades de produção
apontam para a ausência de informações estatísticas sistemáticas, que permitam seu
melhor conhecimento e, consequentemente, a definição de políticas mais eficazes
voltadas para o setor. Em particular, esses estudos estão de acordo quanto à importância
dessas unidades na absorção de significativa parcela de mão-de-obra, bem como quanto
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à relação de complementaridade e/ou subordinação que mantêm com a grande empresa,
na arrecadação de impostos e de desenvolvimento de determinadas regiões.
4- Meio Ambiente
A análise do material bibliográfico disponível sobre pequena mineração nos permite
algumas considerações sobre os efeitos e impactos da mesma no meio ambiente nos
últimos dez anos.
A mineração tem características peculiares específicas que a diferenciam de outras
atividades econômicas em geral. A distinção, por exemplo entre propriedade do solo e do
subsolo é desconhecida por muitos mineradores. As obrigações quanto ao direito
minerário são também relagadas a um segundo plano, assim como a compatibilização da
atividade mineral com a preservação ambiental (SANCHEZ, 1994).
Estudos relativos à proteção ambiental também raramente são feitos, constatando-se a
falta de uma ação integrada entre os órgãos fomentadores da mineração e os
fiscalizadores do meio ambiente. Essa falta de entrosamento tem causado problemas aos
mineradores, principalmente aos pequenos, que não sabem a quem recorrer. A
mineração não deve ser fator restritivo à qualidade do meio ambiente. A tecnologia
atualmente disponível para o controle e recuperação dos impactos ambientais permite o
desenvolvimento da mineração sem riscos ambientais.
Em relação ao garimpo, uma grande quantidade de trabalhos analisados convergiram ao
identificar os principais impactos sócio-ambientais desta atividade que se desenvolve em
vários pontos do Brasil, mas que tem repercussões mais graves em ecossistemas mais
sensíveis como a Amazônia e o Pantanal Matogrossense (CLEARY, 1992) e (FARID,
1992).
O garimpo da cassiterita traz impacto quanto ao desmatamento e assoreamento dos rios
para extração e lavagem do minério.
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Em Rondônia há um grande garimpo de 80 km2 de floresta desmatada, com crateras de
até 15m de profundidade na Serra da Setenta e Cinco que margeia o rio Santa Cruz,
afluente do Candeias. Esses rios e suas várzeas foram transformados em lamaçal, com a
depredação dos estoques pesqueiros.
A mineração de ouro aluvial constitui, no entanto, a atividade de mineração com maior
impacto sobre o meio ambiente de áreas úmidas e as populações humanas. O garimpo
utiliza cerca de 600.000 pessoas, principalmente nos estados de Rondônia (rio Madeira),
norte de Mato Grosso (pequenos afluentes do alto rio Teles Pires e alto Juruema), Pará
(principalmente ao longo dos rios Tapajós, Tocantins e Araguaia) (CLEARY, 1992).
Tal atividade tem esvaziado inúmeros povoados e projetos de assentamento de pequenos
agricultores, falidos em vários estados da Amazônia, principalmente Rondônia.
Apesar da escassez de informações , pode-se afirmar que o garimpo, tal como vem sendo
realizado na Amazônia, por garimpeiros individuais ou por empresas constitui uma grande
ameaça para os ecossistemas de áreas úmidas e para a população local e mesmo fora
dela. Dado o processo de biomagnificação é de se esperar que as conseqüências sejam
ainda mais graves no futuro. Por outro lado, os garimpeiros são, ao mesmo tempo,
causadores e vítimas do processo de degradação ambiental. É urgente que a sociedade
brasileira como um todo e o governo encontrem, a curto prazo, formas de controlar essa
atividade, bem como os efeitos negativos já extensivamente comprovados.
Com o aumento da atividade garimpeira a partir dos anos 70 tanto nas bordas da floresta
amazônica quanto em áreas do Pantanal Matogrossense, incrementou-se a utilização do
mercúrio no processo de amalgamação do ouro em procedimentos onde aquele é
utilizado em calhas rifladas, na esperança de que venham a captar as finas partículas de
ouro que passam no minério, num processo altamente ineficiente e poluidor, pois o
mercúrio é dispersado para o ambiente através de seu esfarinhamento. Observou-se
também problemas relacionados aos rejeitos de amalgamação que formam pilhas que
interferem negativamente no meio ambiente local (LINS, 1992).
Na localidade de Poconé, situada no Pantanal Matogrossense, o CETEM de estabeleceu
um programa de desenvolvimento de tecnologia ambiental na região, que vive um
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segundo ciclo do ouro, com atuação de 4500 garimpeiros transformando a exploração
mineral como atividade econômica principal, superando a tradicional pecuária (FARID,
1992).
Nesta região constatou-se a existência de uma lagoa, na rodovia transpantaneira,
assoreada com mais de 300.000 m3 de rejeitos de garimpo, cujas notícias locais
consideravam-na um "pote de ouro e mercúrio". Denominado Tanque dos Padres, hoje
um banco de rejeitos com extensão de 62.400 m2, a extinta lagoa aliava as condições de
degradação com ausência de garimpos atuais, viabilizando a implantação de um pequeno
laboratório para apoio das pesquisas que se desenvolvem.
O enfoque de consecução do "projeto piloto", modelo a ser adotado para outras áreas
degradadas no país, visa rastrear o mercúrio nas drenagens, estudar seu comportamento
de incorporação em sedimentos e biota, localizar pontos de contaminação e propor
soluções para evitar a continuidade da ação poluidora, assim como, métodos de extração
de mercúrio no ambiente (FARID, 1992).
As atividades de pesquisa, abordaram ainda, o garimpeiro, sua relações de trabalho, seu
papel na sociedade local e reflexos no contexto nacional. Constatou-se que os
garimpeiros de Poconé, mostraram-se extremamente atentos ao que deve ser
interpretado com o meio ambiente. A principal motivação dos garimpeiros é, mais do que
o desejo de um meio ambiente saudável, o interesse em continuar com o garimpo sem
sobressaltos, uma vez que já ocorreram casos de interrupções das atividades devido ao
fechamento pelo órgão ambiental estadual CONDEMA.
Todos os trabalhos analisados apontaram para necessidade de maiores aprofundamento
nas pesquisas afim de se conhecer a amplitude do emprego do mercúrio no
beneficiamento mineral brasileiro.
9
5- Financiamento e Comercialização
O escasso investimento na pesquisa mineral, tanto básica quanto específica, foi um dos
graves problemas da mineração na última década, que interrompeu o processo de
geração de novas jazidas no país.
A atividade mineral, tanto na fase de pesquisa quanto de lavra, depende de métodos e
equipamentos às vezes dispendiosos e inacessíveis ao pequeno empresário. Os
investimentos relativos a essa fase são bastante variáveis, dependendo da complexidade
da jazida, da localização, das condições de acesso, e da infra-estrutura disponível, entre
outros.
Com o objetivo de manter ou fomentar os empreendimentos no setor, o governo procura
atenuar os riscos da iniciativa privada investindo diretamente nas fases de pesquisa
básica e intermediária. Quanto às fazes finais da pesquisa e de desenvolvimento, o
governo ainda carece de organismos que financiem e incentivem o setor, visando apoiar o
empreendedor e reduzir os riscos do investimento. O empresário ao investir na pesquisa
mineral deve Ter à sua disposição informações técnicas que aconselhem ou não ou
investimento (CHIODI FILHO, 2000).
De um modo geral, as características marcantes da mineração, como o uso intensivo de
capital, o alto risco financeiro e o longo prazo de maturação do capital investido são
fatores adversos à atuação das pequenas minerações (FERREIRA, 1996).
A experiência mostra que o tempo entre a definição da jazida e o início da produção da
mina é de oito anos, significando que uma pequena empresa de mineração, na hipótese
de suportar todo esse longo tempo, jamais poderá Ter um insucesso.
O capital de giro, elemento indispensável para o bom andamento de um empreendimento,
não é um item levado a sério pelo pequeno empresário. Entretanto, é de fundamental
importância estimá-lo cuidadosamente, calculando seus componentes iniciais,
principalmente quanto aos estoques, despesas, almoxarifado, vendas a prazo e contas a
pagar, assim ocmo todos os acréscimos necessários ao longo do tempo.
10
A dificuldade na formação do capital de giro força o minerador a produzir riquezas tão
rápido quanto possível. Sem capital de giro e tentado obter lucro e ver o seu capital de
volta o mais rapidamente possível, o pequeno empresário procura maximizar a extração,
lavrando preferencialmente as seções mais ricas, levando a uma lavra predatória e
reduzindo a vida útil da mina (BEZERRA, 1998).
Em pesquisa realizada pelo Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) em 1994, constatouse
que 73% dos pequenos e médios mineradores não têm preocupação na formação de
estoques de minério e de materiais de reposição para os seus equipamentos e máquinas,
nem sequer possuindo almoxarifado. As vendas são realizadas à vista, sendo pouco
conhecidas as operações de desconto de duplicatas (FERREIRA, 1996).
A indústria extrativa mineral tem, em quase todos os órgãos de financiamento oficiais,
tratamento idêntico aos outros setores industriais do país. Assim, o Banco do Brasil S.A.,
oferece financiamento ao aumento de capital das empresas, aquisição de maquinaria e
equipamentos, ampliação e modernização de parques industriais e investimentos fixos
para a pequena e média empresa.
No entanto, os trabalhos básico para exploração econômica de um depósito mineral,
como já foi dito, são dispendiosos e têm características marcantes, sendo os
financiamentos convencionais insuficientes e inadequados.
Os riscos bastante acentuados podem ocasionar o desinteresse do empreendedor na
obtenção de financiamento calçado em garantias de bens de capital e outras
normalmente aceitas.
Em face da carência de recursos financeiros por parte do minerador e dado os riscos
acentuados do empreendimento, o governo instituiu alguns programas de financiamento
com cláusula de risco, esses financiamentos constituem modalidade pela qual a entidade
financiadora participa, juntamente com a empresa financiada, do risco de insucesso da
pesquisa. O empréstimo é lastreado exclusivamente pela garantia dos direitos vinculados
ao empreendimento, sendo incluída uma cota de risco que é cobrada apenas das
empresas cujas pesquisas alcançaram êxito, o financiamento, entretanto, não alcançou a
grande maioria das pequenas empresas, por requerer garantias reais, além de um
11
excessivo procedimento burocrático. Quando elas têm acesso ao financiamento,
sujeitam-se a restrições que não se observam em outras atividades econômicas, pois, na
mineração, a inversão de capitais deverá ser compatível com a vida provável da jazida, de
modo a assegurar a remuneração e amortização nesse prazo; e esse aspecto raramente
é levado em conta pelo pequeno minerador (DNPM, 1992).
A política de crédito atinge, portanto, a poucas pequenas empresas que apontam a
burocracia, os juros elevados e o curto prazo de carência dos financiamentos como
principais responsáveis pela insatisfação.
Assim, a maioria dos investimentos é feita com capital próprio dos pequenos
empreendedores e que, no caso da pesquisa mineral, corre risco de insucesso.
6- Assistência Técnica
No caso das rochas ornamentais, mecanismos de assistência técnica e cooperação
são necessários em todos os aspectos da atividade. No caso da lavra, porém
constata-se que as necessidades são ainda maiores, uma vez que a exploração das
rochas ornamentais no Brasil ainda se ressente da falta de know-how adequado à
exploração de maciços rochosos (RETECMIN, 1999).
Quanto ao beneficiamento, as máquinas e equipamentos nacionais, de maneira geral,
ainda não competem em qualidade e produtividade com os estrangeiros. Em termos de
aplicação dos produtos, principalmente para grandes revestimentos externos de
superfícies verticais, ainda não se utilizam técnicas adequadas de fixação de placas.
Atentos à importância assumida pelas rochas ornamentais e de revestimento, alguns
estados brasileiros, destacando-se o Espírito Santo, Bahia, Ceará, São Paulo,
Pernambuco e Goiás vêm desenvolvendo ações de incentivo e fomento ao setor.
Entre esses esforços está o estabelecimento e aplicação de programas de assistência
técnica ao pequeno e médio produtor.
12
Um ilustrativo exemplo de programa de assistência técnica ocorreu no Município de
Pirenópolis, Estado de Goiás, onde a exploração de quartzito (lamelar) representa uma
atividade economicamente importante, e vem sendo praticada desde o final do século
passado (CETEM, 1997(1)).
As operações de lavra do quartzito são realizadas a céu aberto, de forma manual e/ou
semimecanizada, de acordo com o tipo de material trabalhado e da organização da
atividade realizada em cada pia.
O levantamento dos principais problemas detectados na lavra e no beneficiamento da
rocha ornamental de Pirenópolis - GO, foi feito por uma equipe composta por técnicos do
CETEM e do MMA em visita técnica realizada à área, em abril de 1998, e, também,
através de dados retirados do relatório de projeto executado pela Fundação Alexander
Brandt, trabalho este patrocinado pelo MMA.
Alguns pontos devem ser salientados com relação à explotação de rochas ornamentais
(quartzito) em Pirenópolis - GO, os quais serviram de subsídio imediato à elaboração de
uma proposta de projeto específico, visando a otimização das atividades mineiras
desenvolvidas nesse município. Tais pontos podem ser sintetizados pela falta de plano de
lavra tecnicamente elaborado que tem acarretado grandes perdas de material nas
operações de desmonte de rocha, perdas nas operações de desdobramento dos blocos
em lajes, acumulação de resíduos próximos da cava, disposição inadequada dos rejeitos
da lavra e baixa recuperação na lavra.
Além desses pontos, existe o problema de se depositar material estéril sem qualquer
planejamento, ao longo do tempo, questões relacionadas com as formas como são
executadas as atividades produtivas, principalmente nas pedreiras, e por fim, o
beneficiamento (corte das lages), que de início é efetuada manualmente na própria cava
da pedreira, onde o acabamento final é feito por meio de discos diamantados em serrarias
localizadas na área urbana de Pirenópolis.
Tendo em vista esse quadro, o CETEM propôs ao SEBRAE/GO a implantação de um
projeto cujo o objetivo principal foi prestação de assitência técnica aos mineradores de
13
Pirenópolis nas áreas de uso de explosivos e desmonte de rochas, adaptada ao caso
específico da região, visando diminuição de perdas nas operações de desmonte de rocha
(quartzito lamelar) e no desdobramento dos blocos extraídos, em lajes, que são
transportadas para as serrarias, onde são cortadas em dimensões adequadas para o
mercado consumidor.
A assistência técnica constiu de exposições teóricas em local apropriado e de
ensinamentos teóricos a serem transmitidos aos mineradores, nos próprios locais de
trabalho, ou seja, nas pedreiras.
Os resultados alcançados se relacionaram a melhoria no uso e manuseio de explosivos,
inclusive aumentando a segurança do trabalhador, diminuição de custos na extração e no
desdobramento dos blocos, diminuição de perdas na lavra, diminuição de conflitos com
órgãos normativos e fiscalizadores, melhoria na mão-de-obra, mitigação do impacto
ambiental através de orientações técnicas sobre o desmonte de rochas e normalização de
horário das denotações nas pedreiras, minimizando possíveis acidentes entre os
trabalhadores, e até mesmo terceiros.
No caso específico do Rio de Janeiro, temos a RETECMIN, como um programa de
assistência técnica, que se constitui numa rede cooperativa de pesquisa e uso de bens
minerais destinados à construção civil, auxiliando, por exemplo, nos problemas técnicos
da lavra ou beneficiamentos do pequeno ou médio minerador e também os seus produtos
que atendem a construção civil (RETECMIN, 1999).
A assistência técnica ao empresariado se dá nos aspectos da orientação quanto a
requisitos técnicos de operação e equipamentos para a lavra de pedreiras, argila e areia,
na orientação para atendimento à exigências dos órgãos ambientais e legalização
(FEEMA, DRM, IBAMA, DNPM), na orientação sobre apoio financeiro a projetos via
SEBRAE, no diagnóstico de problemas e sugestão de soluções tecnológicas, no
levantamento e estudos de geologia, nos aspectos relacionados à saúde e segurança do
trabalhador, na escolha de maquinário e equipamentos, na caracterização e ensaios de
matérias primas e produtos e, no atendimento direto com respostas técnicas aos
produtores associados.
14
A área escolhida para o programa-piloto de assistência foi o município de Santo Antônio
de Pádua, no Estado do Rio de Janeiro, que possui no ramo da mineração uma
quantidade expressiva de pedreiras de rochas ornamentais, cujas aplicações principais
são no revestimento de pisos e paredes (CETEM, 1997(2)).
Das empresas de mineração existentes no município, acredita-se que mais de 60% delas
não estão habilitadas para o manuseio, transporte, armazenamento e uso de explosivos,
mas executam estas atividades normalmente.
Embora não haja uma pesquisa sistemática, estima-se que a perda total na lavra e no
beneficiamento esteja em torno de 80%, sendo que 50% são decorrentes de perdas na
lavra (desmonte de blocos) e o restante no beneficiamento (preparação dos blocos e das
lajes brutas nas pedreiras e dos produtos finais nas operações de serraria). Estas
elevadas perdas de matéria-prima, representadas por matacões e pedaços de pedra que
ficam nas pedreiras e pelas aparas de pedras que são rejeitadas nas serrarias,
representam um número bastante preocupante, pois dentro de pouco tempo pode
compremeter as reservas da maior riqueza do município de Santo Antônio de Pádua, sem
oferecer um retorno financeiro condizente com o desenvolvimento desejado para o
município.
O conhecimento de tais problemas, aliado à solicitação de empresas da região, que se
reuniram em torno de um acordo conjunto, levou o SEBRAE/RJ a contratar os serviços de
assistência técnica do Centro de Tecnologia Mineral – CETEM (RETECMIN, 1999).
À luz das questões diagnosticadas, a equipe de especialistas do CETEM abordou os
seguintes pontos, sob forma de assistência técnica, junto aos mineradores locais:
- conceitos básicos de mineração de pedreiras, incluindo higiene e segurança do
trabalho;
- ensinamentos teóricos e práticos das corretas formas de manuseio, transporte,
armazenamento e uso de explosivos,
- demonstrações nas próprias pedreiras de como otimizar as diversas etapas da lavra,
evitando excessos de explosivos, possibilitando assim uma melhor extração de blocos
e diminuição de pedras.
15
- Orientação referente a alternativas para o aproveitamento de rejeitos, inclusive
introduzindo experiências de outros locais;
- Esclarecimentos sobre a importância da correta refrigeração do disco diamantado,
bem como da inconveniência de exercer pressão excessiva no material a ser serrado,
sobre o disco.
Além da assistência técnica acima referida, a equipe do CETEM buscou analisar
alternativas na região estudada, tanto no que diz respeito à lavra quanto no que toca ao
beneficiamento.
7- Aspectos Organizacionais
A organização do trabalho na pequena empresa mostra deficiências. É freqüente a
produção através de métodos arcaicos e artesanais com estrutura familiar e sem
nenhuma preocupação científica de administração. Observa-se que o proprietário e
membros da família atuam diretamente na produção, e quando o empreendimento toma
maiores proporções eles tendem a assumir funções de gestão ou direção. Na realidade,
é em torno do trabalho do proprietário que tende a gravitar a atividade econômica das
pequenas empresas. O tipo de organização mais comum é aquele constituído por
proprietários e empregados, sendo também expressiva a freqüência de empresas
formadas exclusivamente por proprietários e membros de sua família. Não existe
nenhuma política de motivação explícita do pessoal, a não ser a remuneração, com base
no salário mínimo, e em alguns casos no piso salarial da classe ou da região
(FERREIRA, 1996).
Em várias pequenas mineradoras a mão-de-obra apresenta-se ao trabalho quando a
agricultura não vai bem, em função de intempéries da natureza, como a seca no
Nordeste. Os trabalhadores são absorvidos e colocados no trabalho sem seleção prévia,
mal treinados e com mínimas noções de segurança.
Na sua maioria, as empresas têm as decisões centralizadas, e tarefas estruturadas de
forma simples e individualizada, de modo a permitir a substituição dos operários e a
utilização de pessoal despreparado. Com a desqualificação e desconhecimento das
16
normas de segurança, surgem os riscos de desmoronamento no manuseio de explosivos,
ocasionando acidentes de trabalho, que dão enormes prejuízos ao pequeno minerador
(CUNHA, 1991).
A falta de cumprimento da legislação é um dos principais fatos que contribuem para a
grande quantidade de acidente de trabalho e problemas de insalubridade na mineração.
O fato previsto pela própria legislação de que, em alguns casos mediante acordo do
empregado, se modifique o contrato de trabalho (por exemplo, duração de jornada de
trabalho), pode levar a situações conflituosas. Em algumas regiões, as minerações
constituem as únicas atividades empregadoras e os acordos podem chegar a
converterem-se em condicionantes para a admissão do trabalhador, desvirtuando-se
assim o espírito da lei.
Outro fato bastante comum, apontado em vários documentos pesquisados é a situação
onde os empresários empregam os seus parentes, principalmente filhos, sem a
preocupação com o registro na carteira de trabalho e pagamento dos encargos sociais
como prevê a legislação.
A falta de capacitação gerencial tem impossibilitado a consolidação no mercado de
inúmeros pequenos empreendimentos, em geral conduzidos sem nenhuma técnica
moderna de produção.
A localização no interior, longe das economias externas dos grandes centros, leva o
pequeno empresário, além de outras dificuldades, a defrontar-se com problemas de
acesso a atualizadas técnicas de gerenciamento. Isto impõe uma perda de
competitividade no mercado, com reflexos na expansão das atividades. Geralmente, o
gerente é o próprio proprietário da mina que a administra com auxílio de familiares, sem
nenhuma preocupação no aperfeiçoamento e conhecimento das novas técnicas de
administração. Assim, em 56% das empresas pesquisadas o proprietário era o gerente
do empreendimento, tendo, também, outras atividades, geralmente ligadas ao pequeno
comércio e a agricultura (SICSÚ, 1991).
17
8- Trabalho
A oferta de empregos nesse setor ficou praticamente estagnada na década de 90; apesar
de no final dos anos 80 Ter registrado um crescimento de 6,6%, apresentou um
decréscimo de 10,7% de 1990 a 1993, enquanto a taxa de crescimento populacional do
país apresentava-se sempre em expansão (FERREIRA, 1996).
Na totalidade de empregos ocupados nas pequenas empresas de mineração, predomina
a mão-de obra na atividade de lavra, que representa 70% do total; a quantidade de
empregados alocados nas usinas de beneficiamento é minoritária, apesar de se registrar
um crescimento positivo em 1990 (FERREIRA, 1996).
Observou-se que, tanto nas minas quanto nas usinas, existe baixa absorção de pessoal
técnico de nível médio e de nível superior, sendo vários os fatores que concorrem para a
existência dessa situação:
- escassa realização de prospecção e pesquisa, onde o papel desses profissionais seria
indispensável;
- predomínio de estabelecimentos que não contam com usinas de beneficiamento, sem
a preocupação de agregar valor ao produto, e
- a própria natureza dos pequenos estabelecimentos, que são incapazes de incorporar
mão-de-obra qualificada.
Em todas as unidades da federação desenvolvem-se atividades de lavra de substâncias
minerais; no entanto, é no sudeste e nordeste que aparecem com maior freqüência as
pequenas empresas (CHAVES, 1995).
O estado de São Paulo, considerando-se as estatísticas referentes aos materiais de
construção do IBGE, lidera na absorção de empregos, correspondendo a 29% do total do
país, vindo logo a seguir Minas Gerais, com 25%.
São precisamente as menores explotações que operam com uma produtividade muito
inferior à média, com níveis altamente diferenciados das grandes. Segundo dados do
IBGE, o valor de produção por empregado nos estabelecimentos que operam com mais
18
de 250 pessoas resulta em produtividade quase três vezes superior do que nos que
ocupam menos de cinco pessoas.
O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), no “Plano Plurianual para
Desenvolvimento do Setor Mineral”, estabelece as metas para a geração de empregos no
setor mineral:
“Mantidas a produtividade e a estrutura funcional do trabalho e a relação capitalproduto
verificada em 1992, na hipótese de consecução das metas de produção
apontadas para 2010, a mineração brasileira deverá gerar nada menos que 200.000
novos empregos diretos até aquele ano. Somando-se o efeito da expansão da mineração
no número de empregos gerados pela atividade de prospecção e pesquisa mineral, o
nível de emprego na mineração formal deverá situar-se em cerca de 300.000 postos de
trabalho no ano de 2010, ou seja, um crescimento superior a 200% em relação a 1992.
Além desses efeitos diretos sobre o próprio nível de emprego do setor, a expansão
da mineração terá ainda, como efeito indireto, a criação de vários outros empregos na
indústria de transformação mineral e nos setores fornecedores de serviços, insumos,
máquinas e equipamentos para a mineração. Considerando que, segundo dados do
IBGE, no ano de 1985, para cada emprego na mineração correspondiam 8,7 empregos na
indústria de transformação de minerais não-metálicos e na metalurgia, o efeito do
crescimento da mineração, conforme projetado, geraria, no mínimo, 1,9 milhão de novos
empregos diretos e indiretos “ (MME / DNPM, 1993).
No caso dos pequenos produtores de rochas ornamentais, o maior impacto positivo que
esta atividade tem no mercado de trabalho é a criação de novos postos de trabalho, dado
seu caráter intensivo em mão-de-obra.
Na região noroeste do estado do Rio de Janeiro, onde o CETEM implementa um projeto
de assistência técnica aos pequenos e médios produtores de rochas ornamentais, relatase
a criação de mais de 5.000 empregos ligados a esta atividade. O rendimento diário por
trabalhador era em 1999 de aproximadamente US$ 15,00 por dia, aproximadamente o
dobro do salário médio diário dos trabalhadores agrícolas locais. Esses empregos são
19
importantes no circuito econômico, principalmente em se tratando de regiões pouco
desenvolvidas (RETECMIN, 1999).
9- Trabalho Infantil
Apesar de proibido por lei, vários casos de trabalho com crianças na faixa de 7 a 14 anos
são relatados em pontos distintos do território nacional durante a década de 90 (Folha de
São Paulo, 1997).
Nas áreas de garimpo de Rondônia e Mato Grosso tão recentemente quanto em 1997
foram encontradas crianças trabalhando em condições precárias, com jornada de trabalho
integral que, em muitos casos dificultava ou impedia totalmente ao acesso delas à escola.
Durante aquele ano, uma fiscalização sistemática realizada nos garimpos de Rondônia
encontrou centenas de crianças trabalhando no exercício de atividades de requeiro (quem
recolhe restos dos minérios que as máquinas não conseguem recolher) e também nas
pranchetas (galerias subterrâneas do garimpo). As crianças trabalhadoras arrecadavam
entre R$ 100,00 e R$ 200,00 mensais, que contribuíam de maneira expressiva para a
renda familiar e dificultavam a sua retirada do trabalho ilegal, dada a situação de miséria
familiar, que leva as crianças a este tipo de trabalho (OIT, 1998).
Em relação à periculosidade, um dos trabalhos mais perigosos é feito em barrancos que
são cortados por retroescavadeiras para ficar mais fácil visualizar o minério. Para saber
se o veio encontrado é bom, as crianças fazem uma espécie de toca e entram à procura
do minério; às vezes um barranco desaba. Em acidente no ano de 1993, caiu um
barranco de 40 metros matando 19 pessoas, entre elas duas crianças, uma de 6 e outra
de 10 anos.
As crianças também são utilizadas para descer em poços de até 20 metros de
profundidade em busca de veios de cassiterita, atividade de duplo risco, uma vez que
pode-se morrer tanto sufocado pelo gás que vasa do subsolo quanto soterrado pelos
barrancos.
20
Nas regiões onde ocorre a extração de rochas ornamentais tanto no Sudeste quanto no
Nordeste do Brasil também é comum encontrar crianças com menos de 14 anos
trabalhando nas pedreiras, muitas vezes lidando com explosivos ou desenvolvendo
atividades físicas inadequadas para sua constituição e, via de regra, se afastando da
escola por conta de uma remuneração que não chega a 1 salário mínimo (SICSÚ, 1991).
Uma das formas de se reverter esta situação já está em andamento nas áreas de garimpo
do estado de Rondônia. Em junho de 1997 foi assinado em Termo de Compromisso entre
a Delegacia Regional do Trabalho, o Governo do Estado de Rondônia, as empresas
exploradoras do garimpo e os produtores cooperados. Neste Termo de Compromisso foi
firmado um acordo multilateral para execução de projetos que têm por objetivo melhorar
as condições de vida, de educação e de saúde das crianças e adolescentes trabalhadores
(OIT, 1998).
Coube à Delegacia do Trabalho fiscalizar e autuar qualquer empresa que utilize mão-deobra
infantil. O Governo do Estado de Rondônia assumiu a responsabilidade de
desenvolver o Programa Bolsa Criança Cidadã, que abrange atividades complementares
à educação básica, reforço escolar, alimentação e lazer para atender as crianças de 7 a
14 anos.
Este tipo de iniciativa é uma prova de que o Estado, em parceria com a iniciativa privada
que atua no setor mineral, seja ela grande, média ou pequena pode atuar decisivamente
para reverter um quadro desfavorável à criança que entra precocemente no mercado de
trabalho.
10- Trabalho Feminino
Em relação ao garimpo, todas as referências bibliográficas pesquisadas apontaram para a
precariedade das condições sócio-econômicas das regiões de origem como fator
determinante para a migração das mulheres para as áreas de atividade garimpeira. Na
região Nordeste do Brasil, as frequentes crises cíclicas ocasionadas pelas secas e
extrema concentração de terras, fizeram com que, no início da década de 90, uma grande
parcela da população camponesa mais pobre continuassem a ter na emigração para as
21
áreas de garimpo da Amazônia Oriental, uma alternativa para se libertarem, ao menos
temporariamente, da situação de penúria que se encontraram.
Embora as estatísticas sejam precárias, os dados disponíveis permitem dizer que
existiam, em meados da década de 90, cerca de 218.000 garimpeiros na região
amazônica, sendo 17% dessa força de trabalho constituída por mulheres (SEICOM, 1994
in RODRIGUES, 1994).
A entrada da mulher diretamente no processo produtivo, ou seja, nos locais onde se
processam a extração e beneficiamento do ouro, também está condicionada a
determinados fatores semelhantes aqueles encontrados no recrutamento e se dá através
de mediadores, que tanto podem ser os próprios acompanhantes, quanto parentes e
afins, que integram a equipe na qual irão trabalhar.
Em relação ao tipo de atividade a ser desempenhada pelas mulheres no garimpo, as
pesquisas realizadas apontaram para três atividades básicas, que são a de cozinheiras,
mulheres de boate ou dona de par de máquina.
No geral, as referências analisadas apontaram para duas situações distintas do trabalho
feminino. Enquanto no contexto do baixão e das atividades da cozinheira prevalecem os
parâmetros de confiança mútua característica de uma economia familiar, baseada nas
relações de parentesco e afinidade, naquele da currutela e das atividades das
trabalhadoras do sexo, predominam formas de imobilização apoiadas na violência e no
constrangimento físico (RODRIGUES, 1994).
A mulher trabalhadora, designada localmente de cozinheira, desempenha função
essencial na manutenção e bom rendimento das unidades produtivas que extraem ouro
nas áreas denominadas localmente de baixões. Às mulheres são delegadas todas as
tarefas relativas ao controle da esfera de reprodução, assim como competências
específicas na organização e no consumo dos gêneros básicos. Funcionam como fator
de equilíbrio no cálculo contábil das despesas alimentares da chamada equipe. Há um
consenso geral de que ser cozinheira significa exercer uma boa profissão. Apesar de
considerarem ser difícil permanecer nos baixões, estar longe da família e acordar muito
22
cedo, essas mulheres afirmam que como cozinheiras em garimpos obtém rendimentos
bem maiores que em outras atividades, tanto no meio rural quanto nas cidades.
As mulheres cozinheiras mantém, na maioria das vezes, relações constantes com o grupo
familiar de origem, tanto com os que se encontram em cidades próximas ao garimpo
quanto com aqueles que se localizam em regiões mais distantes, enviando-lhes
periodicamente recursos necessários à sua manutenção.
Com relação às perspectivas sobre o futuro, as mulheres cozinheiras remetem-se à sua
origem camponesa e apresentam a garantia da posse da terra para o grupo familiar como
a única possibilidade de libertarem-se da situação opressiva em que vivem. Sonham com
a recuperação da identidade temporariamente perdida e nesse sentido os serviços
prestados nos garimpos são vividos como de caráter transitório, e um artifício para
recuperar sua condição camponesa.
As chamadas mulheres de boate também entram no garimpo através de convite, nunca
sozinhas e, da mesma forma que as demais mulheres, sempre acompanhadas de alguém
de dentro do garimpo.
As redes de recrutamento ilegal das trabalhadoras do sexo estendem-se pelos bairros das
cidades amazônicas onde se concentram trabalhadores descampezinados. Os
agenciadores, nem sempre são pessoas externas ao seu grupo social, muitas vezes
vivem no mesmo bairro. A diferença entre o acompanhante da mulher cozinheira e da
mulher de boate é que , enquanto o primeiro está vinculado diretamente ao trabalho
extrativo, o último ocupa atividades que pouco ou nada têm a ver com o processo
produtivo imediato (comércio, bares, hotéis, etc.).
Em termos de condições de trabalho, as condições nas boates nos garimpos coloca-as
muito próximas de uma instituição, porque existe rígido controle numa tentativa de
imobilização permanente, muitas vezes com vigilância armada, numa rotina de regras
rígidas instituídas pelos donos da boate.
Os documentos analisados mostram ainda que as regras que disciplinam a vida nos
prostíbulos dos garimpos são mantidas também por representantes do órgão de
23
Segurança Pública do Estado, que atuam, muitas vezes, subordinados aos interesses
privados, aplicando sanções que lhes foram definidas pelos donos de boate, até porque
são mantidos nas áreas de garimpos por contribuições monetárias dos donos de boate e
demais comerciantes.
Este conjunto de regras concorre para uma situação de absoluto terror, de controle e de
imobilização dessas trabalhadoras do sexo, colocando-as numa condição análoga ao
trabalho escravo. Foram citados casos de tortura, cárcere privado e ocorrência de
doenças sexualmente transmissíveis entre estas mulheres.
Apesar da condição de imobilização temporária a que estas mulheres estão submetidas,
existem situações que podem ser utilizadas como tentativas de saída. Basicamente
podemos citar três estratégias de saída: a liberação, o resgate e a fuga. Nos dois
primeiros tipos liberação, alguém intermedia a saída, ou a própria mulher provoca
situações, que a levam a ser liberadas dessa quase escravidão. A condição de doença
física ou mental da mulher de boate também pode resultar na liberação dela, da mesma
forma que o envolvimento emocional com algum peão ou outro trabalhador do garimpo
pode fazer com que ele pague a “dívida” que a mulher tem com o dono boate,
resgatando-a.
A fuga aparece como última tentativa da mulher se libertar-se e ela tem consciência plena
da penalidade a que está sujeita, caso seja apanhada. Apesar disso, em muitos
contextos de flagrante violência, estas mulheres arriscam-se numa fuga que poderá ser
fatal.
O discurso e as práticas nas áreas de garimpos, sejam aquelas dos homens, sejam das
mulheres, têm as atividades desenvolvidas como temporárias, daí porque a permanência
nestes garimpos não aparecer nos planos futuros.
Em outras atividades relacionadas à pequena e média mineração como as pedreiras e
extração de areia, a situação é bem diversa, uma vez que, a participação feminina se dá a
nível empresarial, num patamar onde a mulher é dona dos meios de produção e, apesar
dos preconceitos que porventura possam existir, ela possui considerável autonomia de
atuação num meio predominantemente masculino (AREIA E BRITA, 1998(2)).
24
O caso das mulheres proprietárias e/ou administradoras de pedreiras e pontos de
extração de areia é bastante ilustrativo. A sua participação num mercado ainda
predominante masculino exige muito da sua atuação, tendo, talvez mais do que os
homens, de provar que está apta a ocupar a função para a qual foi designada. A
capacidade de gerenciamento e profissionalismo são qualidades que muitas
administradoras, empresárias e executivas já provaram fazer parte do cotidiano das
mulheres, que por escolha própria ou circunstancial, passaram a exercer cargos de
direção.
Muitas das mulheres administradoras de pedreiras cursam faculdades ligadas ao ramo de
administração e negócios para poderem desempenhar melhor suas funções e terem um
aval acadêmico/curricular que a faça ser mais reconhecida e respeitada (AREIA E BRITA,
1998(1)).
A visão empresarial dessas mulheres faz com que muitas questões apontadas por elas
sejam comuns a dos homens que atuam no mesmo ramo, com preocupações gerais
relacionadas à legislação tributária e problemas ambientais que possam reverter em
prejuízo para suas empresas e negócios.
11- Tecnologia
Quanto aos aspectos tecnológicos, observa-se que os pequenos projetos da indústria
mineral continuam sendo implantados, via de regra, sem cotejo com as características
das matérias-primas disponíveis no país. Não se leva em conta que cada jazida requer
uma tecnologia específica, já que variam a composição e as características do minério.
Constatou-se, nas pequenas empresas, que falta tecnologia adequada ao melhor
aproveitamento de seus minérios, principalmente no que diz respeito à lavra, que sempre
é a céu aberto, e incorporando pouca ou quase nenhuma tecnologia.
O uso da mecanização é generalizado, embora apenas 40% das empresas façam uso de
equipamentos mais pesados, como pás mecânicas, retroescavadeiras e caminhões
caçamba. Ressalta-se aqui um estrangulamento importante, que é a não disponibilidade
25
de energia elétrica nas proximidades das minas. Esse fato acarreta elevação dos custos
de extração e beneficiamento, que exigem o uso de motores a explosão. Contribui
também para o encarecimento dos custos a precariedade de estradas vicinais, que
dificulta o escoamento da produção, fato ressaltado pela grande maioria das empresas
(MOREIRA, 1994).
O beneficiamento do minério extraído é feito, em geral, na própria mina, em usinas de
beneficiamento, sendo que 25% das mineradoras vendem o minério completamente bruto
a empresas maiores. Não é significativo (cerca de 10%) o número de empresas que
beneficiam em suas usinas o minério extraído por terceiros, ocorrendo o fato de forma
esporádica.
Alguns centros brasileiros de tecnologia têm feito esforços para desenvolvimento de
técnicas mais apropriadas ao aproveitamento dos recursos minerais do país, tentando
evitar a importação de pacotes tecnológicos que não se adaptam aos minérios nacionais.
Apesar dos esforços empreendidos para o desenvolvimento e uso de tecnologias mais
apropriadas aos recursos minerais brasileiros, o país continua importando grande parte
dos processos minerais que utiliza ( STELLIN JUNIOR e CARANASSIOS, 1991).
Na pequena mineração, a pouca importância dada à pesquisa geológica, ao
conhecimento da jazida, ao projeto da mina, ao controle de custos e à interação com o
meio ambiente contribuem para dar à mineração a imagem de atividade tecnologicamente
pobre e poluidora (CIMINELLI, 1995).
No caso das rochas ornamentais os problemas de aplicação de tecnologia adequada
citados fazem com que o setor não se desenvolva, no Brasil, de acordo com a
potencialidade que possui, pois o país possui um enorme potencial geológico para
mármores e, sobretudo, granitos, de variados padrões estéticos homogêneos e
movimentados (VIDAL, 1995).
Essa vantagem competitiva só poderá ser materializada, mediante aprimoramento das
bases de trabalho e profissionalização em todos os segmentos da atividade afetos ao
setor, destacando-se o know-how adequado para lavra (VIDAL, 1999).
26
A lavra de matacões tem menor custo de produção (US$ 50 a US$ 80/m3), mas sua
prática proporciona maior controle de qualidade e melhores taxas de recuperação dos
materiais, garantindo suprimento do mercado, firmando a comercialização e causando
menor degradação ambiental.
Observa-se que a maior parte da produção brasileira de granitos é ainda derivada de
lavra de matacões e que a lavra de maciços é praticada sem o rigor técnico desejável
(STELLIN JUNIOR e CARANASSIOS, 1991).
Os resultados mais visíveis do problema são traduzidos pela baixa categorização
comercial, submissão de preços e dificuldade de abertura de novos mercados para
exportações brasileiras, tanto de materiais brutos quanto de produtos acabados e semiacabados
(STELLIN JUNIOR e CARANASSIOS, 1991).
12- Saúde
No Brasil, a importância da associação entre meio ambiente e a saúde das pessoas
cresceu consideravelmente na última década. No caso da região da Bacia Amazônica, foi
sem dúvida alguma o uso excessivo do mercúrio nos processos de produção de ouro que
contribuiu para esta crescente conscientização dos problemas relacionados com a área
de saúde ambiental (SANTOS, 1995).
Os diversos agentes etiológicos de acidentes e doenças em áreas de garimpos estão
associados ao processo de trabalho, relações de trabalho e condições de vida. Além da
exposição a elevadas concentrações de mercúrio, o processo de produção de ouro nos
garimpos apresenta outros graves riscos e efeitos, nos quais incluem-se: malária,
leishmaniose, doenças sexualmente transmissíveis, hanseníase, gastroenterites,
verminoses, desconforto térmico, violência, alcoolismo, dependência de drogas, efeitos
traumáticos graves pela manipulação de moto-serras, esforços físicos excessivos,
exposição aos elementos da natureza, tétano, lombalgia, lesão por vibração excessiva,
possibilidade da ocorrência de desabamentos e o câncer de pele associado ao trabalho a
céu aberto. As relações de trabalho geram violência, que tem origem nos conflitos entre
os empresários dos garimpos com os garimpeiros, índios, colonos, proprietários e outros.
27
As condições de vida evidenciam renda insuficiente para os gastos, habitações em
condições precárias, falta de saneamento básico, alimentação não balanceada e a
ausência completa de assistência médica (COUTO e CÂMARA, 1991).
É importante enfatizar que não existe apenas um tipo de mercúrio no processo produtivo
do ouro e, sim, dois: o metálico e o metilado. Para cada uma dessas formas químicas
são necessárias, muitas vezes, diferentes metodologias e tecnologias para
monitoramento ambiental e biológico dos níveis de exposição ou dos seus efeitos.
(HACON, 1996).
A atividade garimpeira é realizada em espaço aberto, dentro das florestas ou nas
margens dos rios. Portanto, além dos efeitos adversos causados pelo mercúrio, o
trabalhador também fica submetido ao contato direto com a natureza; aos fatores físico
(sol, chuvas, ventos, ruídos, postura anormal, etc.); aos fatores biológicos (vetores e
parasitos); aos fatores químicos (argila, detergente, gasolina e lubrificantes) e aos fatores
sociais, que estão relacionados com os baixos níveis de condição de vida e as relações
de trabalho adversas.
Além disso, a sazonalidade influencia o ritmo do processo de produção no garimpo e
consequentemente também interfere no quadro de morbidade. No inverno, a intensidade
das chuvas diminui o ritmo do trabalho, já no verão, o ritmo é intensificado, aumentando
tanto a exposição direta dos trabalhadores ao mercúrio metálico como a exposição
indireta da população geral ao metil-mercúrio (SANTOS, 1998).
Em relação às informações demográficas em áreas de garimpo de ouro, mesmo para
áreas urbanas, muitas vezes são escassas e pouco confiáveis, devido ao intenso
movimento migratório dos garimpeiros. Sendo assim necessárias pesquisas de campos
mais abrangente para obtenção de informações detalhadas que possam ser utilizadas no
planejamento dos sistemas de vigilância sanitária (COUTO e CÂMARA, 1991).
No caso das pequenas minerações de pedreiras nas regiões Sudeste e Nordeste, a
utilizaçãs de equipamentos de segurança, mesmo os mais simples, não é comum.
Entretanto, há uma crescente preocupação dos trabalhadores e agências governamentais
28
de meio ambiente e saúde acerca dos problemas de saúde e segurança associados com
o corte de pedras e atividades de serrarias (SANTOS, 1995).
Os principais problemas de saúde associados à extração de rochas ornamentais são a
silicose resultante do longo período de exposição e inalação de pó e os danos auditivos
relacionados à exposição ao barulho excessivo nas serrarias. Outros efeitos mais graves
e imeditos são a perda de visão ou de membros durante as explosão de dinamite na
frente de lavra e ferimentos e em alguns casos a morte decorrentes de acidentes com
explosivos armazenados. Neste caso também não há estatísticas confiáveis sobre a
extensão do problema (ANTONIO e ESTON, 1997).
Na região de garimpo de diamantes no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, os efeitos
desta atividade sobre a saúde se fazem presentes devido à má qualidade da água que
abastece a população, que, muitas vezes vive a centenas de quilômetros da área de
mineração, mas que também sofrem diretamente com o assoreamento e poluição do rio
(HACON, 1996).
O secretário de Saúde da cidade de Almenara, no baixo vale do Jequitinhonha lamenta a
destruição do rio. Segundo ele, dia após dia aumenta a ocorrência de doenças
dermatológicas nos moradores da região, principalmente na população ribeirinha.
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13- BIBLIOGRAFIA
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